Socialistas espanhóis querem que a vice-presidente do governo, Soraya Sáenz de Santamaría, explique no Congresso as denúncias de supostas interferências estrangeiras, em ênfase da Rússia, no processo independentista catalão. Moscou nega as acusações.
De acordo com o jornal português Diário de Notícias, Alfonso Dastis, chefe da diplomacia espanhola, disse em Bruxelas ter informações de que a “manipulação e desinformação” da Rússia afetava também o processo independentista catalão.
Segundo o ministro, o tráfico nas redes sociais depois do referendo passou pela Rússia e outros países, como a Venezuela.
“O que o governo sabe é que muitas mensagens e intervenções que se produziram através das redes sociais vêm do território russo“, disse também a ministra da Defesa, María Dolores de Cospedal, explicando que não havia provas de que Moscou estivesse por trás disso. O mesmo reiterou mais tarde o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, reagiu “lamentando profundamente que a onda de campanhas antirrussas que foi gerada na mídia ocidental tenha sido elevada em Madrid a nível oficial no contexto da crise catalã”.
Além disso, Zakharova desafiou Espanha a apresentar “fatos concretos” para “assumir suas palavras”.
A porta-voz deixou depois um aviso: a única coisa que estas acusações sem provas fazem é “prejudicar as relações entre a Rússia e a Espanha“.
Depois disso, o PSOE pediu a presença de Santamaría na Comissão de Segredos Oficiais, no Congresso, para que informe precisamente sobre os detalhes dessa suposta interferência estrangeira e que ações o governo está empreendendo para investigá-las.
“Entendemos que esta não é uma questão de governo, mas de Estado“, disse Margarita Robles, porta-voz do grupo socialista no Congresso.
Na véspera, na sessão de perguntas e respostas ao governo, já o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, tinha questionado Rajoy sobre o tema. “Confie na legalidade espanhola”, respondeu o primeiro-ministro, dizendo que as eleições autônomas de 21 de dezembro serão celebradas em clima de “normalidade e tranquilidade”.
Ciberia // ZAP