Uma equipe de cientistas do Centro de Cuidados Geriátricos de Baycrest, no Canadá, realizou uma pesquisa e concluiu que músicos bilíngues têm um cérebro mais eficiente, utilizando menos recursos cerebrais na realização de tarefas.
A experiência provou que essas pessoas apresentam menos atividade cerebral e ativam diferentes recursos do que aqueles que não estudam música e não aprendem, pelo menos, mais um idioma além do materno.
Segundo a revista portuguesa Visão, a pesquisa contou com o contributo de 41 participantes, com idades entre 19 e 35 anos que se encaixam em uma das três possíveis situações: falavam inglês, mas não sabiam música; eram músicos e só falavam inglês; eram bilíngues e não tocavam nenhum instrumento.
Durante a experiência, foi pedido que eles identificassem sons, que eram ambientes ou de instrumentos, e solicitadas as direções dos sons que ouviam. Ao mesmo tempo, os cientistas recolheram imagens de seus cérebros.
Os participantes que eram músicos foram mais rápidos em se lembrar do tipo de som, enquanto os bilíngues e os que falavam apenas uma língua ficaram no mesmo nível. Já no que diz respeito à localização de sons, os bilíngues e os músicos triunfaram.
Claude Alain, um dos autores do estudo, adianta que “as pessoas que falam duas línguas podem demorar mais tempo para processar os sons, já que as informações são executadas através de duas bibliotecas de idiomas, em vez de uma”.
“Durante a tarefa, os cérebros dos bilíngues se mostraram mais ativos em áreas que são conhecidas pela compreensão da fala, apoiando a teoria”, acrescenta a pesquisadora.
Os cientistas já tinham identificado uma melhor memória operacional nos músicos e bilíngues, isto é, uma maior capacidade de se lembrar de coisas mais facilmente, como um número de telefone.
“As descobertas mostram que músicos e bilíngues não se esforçam tanto para realizar a mesma tarefa, o que também pode protegê-los contra o declínio cognitivo e retardar o início da demência”, conclui Alain.
A especialista refere ainda que os resultados mostraram também que as experiências de uma pessoa, tanto aprendendo a tocar um instrumento ou outro idioma, podem “moldar o funcionamento do cérebro e quais redes ele usa”.
Ciberia // ZAP / ScienceDaily