Especialistas da NASA apontaram recentemente três razões que explicam o motivo pelo qual o eixo de rotação da Terra oscila cerca de 10,5 centímetros por ano.
Desde 1899, o eixo de rotação da Terra oscilou cerca de 10,5 centímetros por ano. Agora, uma pesquisa recente afirma que há três razões, sendo que uma delas é o derretimento do gelo e o consequente aumento do nível do mar, particularmente na Groenlândia – colocando a culpa nas mudanças climáticas.
Outro motivo é o fato de as massas da Terra se expandirem para cima à medida que os glaciares recuam e aliviam sua carga. Por último, mas não menos importante, a culpa também é da rotação lenta do manto, a camada intermediária do nosso planeta.
Em comparação com outros planetas do Sistema Solar, a Terra possui um eixo relativamente estável. Graças à interação gravitacional do nosso planeta com a Lua, nos últimos bilhões de anos, a posição do eixo não sofreu mudanças drásticas, ao contrário de Marte e Urano, por exemplo.
Ainda assim, dados científicos mostram que o eixo terrestre se desloca pouco mais de 10 centímetros por ano. Uma parte da comunidade científica acredita que o fim da Era do Gelo não poderia ser o único responsável por esta alteração.
Como resultado, os cientistas descobriram que a atividade subterrânea afeta mais significativamente a posição do eixo do que a Era do Gelo alguma vez afetou.
Três razões
Os cientistas sabem, já há muito tempo, que a distribuição da massa ao redor da Terra determina sua rotação. Além disso, a rotação não é uniforme, graças a pequenas oscilações no movimento das estrelas no céu noturno, explica o coautor do estudo Erik Ivins.
Segundo Ivins, os cientistas sabiam que parte da oscilação da Terra era causada pelo ajuste isostático glacial, um processo que decorre desde o final da última era glacial, há 16 mil anos.
Quando os glaciares recuam, aliviam a terra abaixo da sua massa. Gradualmente, a Terra responde a esse alívio se expandindo para cima. Mas o estudo recente, publicado nas Earth and Planetary Science Letters, os cientistas descobriram que o ajuste isostático glacial era responsável apenas por 3,5 centímetros de oscilação do eixo por ano – ou seja, cerca de um terço da oscilação (10,5) observada todos os anos ao longo do século XX.
Para tentar entender as outras razões, a equipe construiu um modelo computacional e descobriram que processos ambientais, como mudanças no equilíbrio do gelo terrestre e das águas oceânicas, causam mais 4,3 centímetros de oscilação a cada ano.
O derretimento da Groenlândia foi um contribuinte particularmente importante, informou Ivins à Live Science.
Por último, os cientistas destacam o fato de o manto da Terra não ser estático e de se mover através de um processo de convecção, que configura assim a terceira e última razão: o material mais quente e mais próximo do núcleo sobe, ao passo que o material mais frio afunda em um ciclo de movimento vertical.
Ao incluir a convecção no modelo da oscilação da Terra, os pesquisadores descobriram a terceira e última razão das mudanças na rotação da Terra no século XX.
Ciberia // ZAP