Fragmentos de um possível novo texto bíblico nos Manuscritos do Mar Morto foram identificados graças a uma tecnologia desenvolvida pela NASA, a agência espacial norte-americana, no âmbito de uma investigação realizada em Israel.
Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de centenas de textos e pedaços de textos bíblicos, escritos em Hebreu, Aramaico e Grego, que foram descobertos na década de 1950, nas grutas de Qumran, na zona da Cisjordânia, próximo do Mar Morto.
Esses pequenos fragmentos, com 2 mil anos, que foram guardados em caixas de charutos, são considerados a versão mais antiga da Bíblia.
Para garantir sua preservação para a posteridade, os fragmentos estão sendo digitalizados, através de fotografias de alta resolução que permitem detectar, por exemplo, manchas de tinta e detalhes na escrita que não são visíveis para o olho humano.
Pesquisadores da Autoridade das Antiguidades de Israel (AAI) e de outras instituições também analisam os minúsculos fragmentos, em pele, com uma máquina digitalizadora de imagens em múltiplos espectros de luz, concebida pela NASA.
A tecnologia permitiu identificar o que parece ser um novo manuscrito, que ainda não tinha sido detectado.
Este misterioso fragmento está escrito em uma forma de hebraico primitivo, com uma caligrafia distinta de manuscritos encontrados anteriormente escritos nessa língua, como explica ao jornal Haaretz o cientista Oren Ableman, da AAI e da Universidade Hebraica de Jerusalém.
As descobertas foram apresentadas em um simpósio internacional no Museu de Israel, em Jerusalém, para assinalar os 70 anos da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto. Além desse novo possível fragmento revelado, foram exibidas as conclusões sobre as pesquisas realizadas em dezenas dos manuscritos encontrados.
Uma dessas descobertas reporta a um texto bíblico do Livro de Salmos, a versão que usada durante o chamado período do Segundo Templo, que terminou em 70 depois de Cristo, com a destruição de Jerusalém.
No início de janeiro deste ano, uma das últimas partes dos Manuscritos, que ainda permanecia sem tradução, foi decifrada por pesquisadores da Universidade de Haifa, em Israel. Em março, o Museu de Israel expôs, pela primeira vez, um dos mais antigos e intrigantes manuscritos bíblicos que narra a partida de Noé após o dilúvio.
Ciberia, Lusa // ZAP