A Universidade Hebraica de Jerusalém anunciou nesta quinta-feira a descoberta de uma cova que guardou os chamados manuscritos do Mar Morto, os documentos mais antigos conhecidos da bíblia hebraica.
As escavações foram conduzidas por arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, que divulgou os resultados esta quarta-feira (8).
Os Manuscritos do Mar Morto são um conjunto de quase mil pergaminhos, principalmente em hebreu, mas também em aramaico e grego, de um período compreendido entre o século III antes de Cristo e o século I depois de Cristo.
Entre eles, figuram inúmeros livros do Velho Testamento.
Até agora, os arqueólogos acreditavam que os manuscritos, descobertos por um beduíno no noroeste do Mar Morto entre 1947 e 1956, perto da jazida de Qumran, haviam sido guardados em 11 covas.
As escavações, as primeiras em Qumran ao fim de mais de 60 anos, foram feitas numa nova caverna, a décima segunda encontrada até agora com Manuscritos do Mar Morto – razão pela qual foi numerada como “Q12” pelos arqueólogos.
“A descoberta de outra cova, a de número 12, pode revolucionar a informação de que dispomos”, afirmou ao The Times of Israel Oren Gutfeld, arqueólogo do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, chefe das escavações.
A cova, situada a oeste de Qumran, na Cisjordânia ocupada, não contém manuscritos, mas há provas de que estiveram lá, como demonstram fragmentos de cerâmica nos quais eram colocados os pergaminhos assim como as correntes que o rodeavam.
A descoberta de cerâmica, lascas de sílex e pontas de seta revela, ainda, que a caverna foi usada na pré-história, nos períodos Calcolítico e Neolítico.