A caminhada da NASA para testar a tecnologia que pode vir a desviar asteroides ameaçadores da Terra está mais perto da realidade. De tal forma, que a Agência Espacial norte-americana mostra em vídeo como é que ela pode atuar.
As imagens conceituais divulgadas pela NASA mostram o DART (Double Asteroid Redirection Test, ou Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, em português) a chocar deliberadamente com um dos componentes do sistema binário de asteroides conhecido por Didymos.
Está em causa a “técnica de deflexão de asteroides para defesa planetária” conhecida como “impacto cinético”, conforme explica a NASA em uma nota no seu site.
Basicamente, a ideia é que o DART atinja o asteroide “para mudar a sua órbita” e defender a Terra “contra um potencial futuro impacto” devastador, conforme explica o responsável da NASA, Lindley Johnson, citado na página da Agência norte-americana.
O projeto que busca testar este “impacto cinético” passa do conceito à fase de design, anuncia a NASA.
Para 2020 está previsto o lançamento do DART que voará então até Didymos, usando um “sistema autônomo de orientação a bordo”.
Didymos – que em grego significa “gêmeo” – consiste em dois “corpos”, Didymos A, com cerca de 780 metros de tamanho, e Didymos B, com apenas 160 metros, conforme refere a NASA.
O objetivo é que o DART atinja apenas o “corpo” mais pequeno de Didymos, estando o primeiro teste previsto para 2022 com este “pequeno asteroide não ameaçador”, destaca Lindley Johnson.
Assim, “a nave do tamanho de um frigorífico atacaria o corpo mais pequeno a uma velocidade cerca de nove vezes mais rápida do que uma bala, aproximadamente 3.7 milhas por segundo (6 quilômetros por segundo)”, vaticina a NASA.
Este impacto mudará a velocidade do asteroide “em uma pequena fração da sua velocidade total”, afirma a agência, destacando que perante uma ameaça real esta intervenção “muito antes do impacto previsto” levará a que “este pequeno impulso aumente, ao longo do tempo, para uma grande mudança do seu caminho para longe da Terra”.
O cientista do DART, Tom Statler, explica ainda no site da agência que “um asteroide binário é o laboratório natural perfeito para este teste”.
“O fato de Didymos B estar em órbita em torno de Didymos A faz com que seja mais fácil ver os resultados do impacto e assegurar que a experiência não muda a órbita do par em torno do Sol”, realça Statler.
Além da NASA, estão envolvidos neste projeto a Agência Espacial Europeia, o Observatório Côte d’Azur, na França, e o Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos EUA.
// ZAP