Últimas pesquisas colocam o centrista Benny Gantz à frente do premiê, abalado por denúncias de corrupção. Saída para sua permanência no poder pode estar numa coalizão com nacionalistas da ultradireita.
As urnas foram abertas em Israel na manhã desta terça-feira, dando início a uma votação considerada como o maior desafio já enfrentado pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu. Mais de 6 milhões de eleitores israelenses estão aptos a votar.
As últimas pesquisas colocam o partido Azul e Branco (“Kahol Lavan”, em hebraico), do ex-chefe do Estado-maior do Exército Benny Gantz, à frente do Likud de Netanyahu.
A reputação do premiê vem sendo abalada por escândalos de corrupção. A Procuradoria-Geral do país avalia uma série de acusações de fraude, recebimento de propina e quebra de confiança envolvendo seu nome.
Ainda assim, as pesquisas também revelaram que os israelenses acreditam que Netanyahu deverá se manter no cargo devido a sua habilidade de unir legendas da ultradireita em uma coalizão governista. Desta vez, o primeiro-ministro incluiu em sua aliança alguns partidos nanicos ultradireitistas, como forma de manter abertas as suas opções.
Apesar da vantagem de Gantz nas pesquisas, Netanyahu possui as maiores chances de conseguir formar uma coalizão majoritária de governo. O premiê tentou consolidar o apoio dos direitistas tecendo fortes críticas aos árabes.
Durante a campanha, ele chegou a prometer anexar os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, uma das principais bandeiras dos partidos de extrema direita.
Por sua vez, o centrista Gantz prometeu dar apoio a um acordo de paz sustentado internacionalmente entre Israel e palestinos que permita algum tipo de jurisdição israelense sobre os assentamentos. “Vamos todos acordar para um novo amanhecer, uma nova história”, disse o ex-militar ao votar nesta terça-feira.
Até hoje, o atual bloco de direita no poder, uma união do Likud com a ultradireita, nacionalistas religiosos e partidos ortodoxos, nunca teve que se preocupar em atingir uma maioria confortável entre os 120 assentos no Knesset, o Parlamento israelense.
Mas, em última instância, o sistema eleitoral israelense funciona com quem tem as melhores chances de formar um governo de coalizão, o que pode se provar difícil para Netanyahu. Com pressão política crescente, é questionável se seus parceiros de coalizão permanecerão leais.