A Noruega vai gastar mais de 10 milhões de euros (quase R$ 40 milhões) para melhorar as condições de segurança do “cofre do fim do mundo”, que protege sementes de culturas e plantas de todo o planeta.
Conhecido como The Svalbard Global Seed Vault, o cofre é o maior repositório mundial de sementes, tendo por missão proteger as diferentes espécies do planeta contra guerras ou catástrofes naturais que possam vir a destruir por completo colheitas alimentares.
O cofre está localizado no arquipélago isolado de Svalbard, que fica entre a Noruega e o Polo Norte, onde está também instalada a chamada “Biblioteca do Apocalipse“, um arquivo de dados mundial.
O banco genético de sementes funciona desde 2008, naquilo que já foi uma mina de carvão do Ártico, e é uma espécie de “backup” gigante para os bancos de sementes do mundo.
Quando completa 10 anos de existência, a instalação irá receber uma atualização significativa, graças ao investimento de 100 milhões de coroas norueguesas (mais de R$ 40 milhões), noticia o The Verge.
Em 2017, começaram obras no cofre para torná-lo melhor preparado para os dias mais quentes e úmidos que se aproximam para precaver o degelo, anuncia a organização internacional Crop Trust, em comunicado.
A Crop Trust, que se dedica à conservação da diversidade das culturas do planeta, é uma das entidades que gere o The Svalbard Global Seed Vault, a par do governo da Noruega e do Centro Nórdico de Pesquisa Genética (NordGen).
Nos planos de melhoramento do cofre, estão ainda a construção de um novo túnel de cimento e de “unidades de refrigeração e de energia de emergência”, bem como de “outros equipamentos elétricos que emitem calor através do túnel”, refere o The Verge.
“É uma tarefa grandiosa e importante para salvaguardar todos os materiais genéticos que são cruciais para a segurança alimentar global“, constata o ministro da Agricultura e da Alimentação da Noruega, Jon Georg Dale.
O cofre de sementes armazena, atualmente, 967.216 variedades únicas de culturas oriundas de quase todos os países do mundo, incluindo variedades básicas como milho, arroz, trigo, feijão, cevada e batata.
O espaço tem capacidade para armazenar 4,5 milhões de variedades de sementes.
“Salvaguardar uma tão grande variedade de sementes significa que os cientistas terão a possibilidade de desenvolver culturas nutritivas e resilientes ao clima, que poderão assegurar que as futuras gerações não vão apenas sobreviver, mas prosperar“, constata a Diretora Executiva do Crop Trust, Marie Haga, em comunicado.
Até agora, apenas uma vez houve quem pedisse sementes ao cofre. Foi em 2015, quando cientistas do Marrocos e do Líbano solicitaram amostras para criar um novo banco de sementes local, após o banco central da zona, situado em Aleppo, na Síria, ter sido destruído durante a guerra civil no país.
Ciberia // ZAP