Uma grave onda de poluição ameaça os vinte milhões de moradores de Nova Délhi, a capital indiana. A situação levou as autoridades a fechar nesta segunda-feira (4) as escolas e a totalidade dos canteiros de obras.
O rodízio de carros foi imposto e ficara em vigor até 15 de novembro. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que 14 cidades indianas, incluindo a capital, estão entre as 15 mais poluídas do mundo.
Olhos irritados, garganta seca e um nevoeiro tóxico nas ruas: desta maneira acordaram os 20 milhões de habitantes de Nova Délhi, onde se registra um nível de poluição atmosférica recorde, fato que implica grandes riscos para a saúde.
A cidade foi tomada por uma densa neblina de cor ocre, provocada em parte pelas queimadas em regiões próximas. A fumaça é levada pelo vento até a capital indiana, uma cidade já muito poluída. Esta técnica agrícola, ilegal, permite aos agricultores limpar a terra a baixo custo após a colheita do arroz e preparar o terreno para a próxima plantação.
As imagens de satélite da Nasa mostram milhares de incêndios no estado de Penjab, ao noroeste da capital.
Todos os anos, quando o inverno começa, uma mistura de fatores naturais adicionados à ação humana (incêndios agrícolas, emissões de dióxido de carbono de indústrias e automóveis ou sistemas de calefação) transforma Nova Délhi em uma “câmara de gás”, como afirmam as autoridades.
Na manhã da sexta-feira, a embaixada americana em Nova Délhi informou que a concentração de partículas finas era de 407 microgramas por metro cúbico de ar, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em 25 o nível adequado.
Estas partículas em suspensão, que medem a contaminação urbana, procedem por exemplo das emissões dos veículos a diesel e são compostas por poeira, cinzas, fuligem, entre outros elementos. Podem chegar facilmente ao sangue através dos pulmões e uma exposição prolongada pode provocar doenças cardiovasculares e câncer de pulmão.
Para aliviar a situação, as autoridades de Nova Délhi planejam limitar a circulação de veículos particulares e suspender temporariamente as obras de construção. As escolas permanecem abertas e o governo anunciou a distribuição de cinco milhões de máscaras de proteção aos alunos.
Em 2017, a contaminação atmosférica provocou 1,2 milhão de mortes prematuras na Índia, de acordo com um estudo publicado ano passado pela revista científica The Lancet.
// RFI