Produzir alimentos livres de agrotóxicos e recuperar a Mata Atlântica ao mesmo tempo. Desde 2003, vinte famílias vivem no acampamento José Lutzenberger, do Movimento Sem-Terra (MST), no município de Antonina (PR), conciliando atividades do cultivo de couve ao de café.
O trabalho foi reconhecido com o prêmio Juliana Santilli, que condecora “iniciativas individuais ou coletivas que fazem a diferença, promovendo a ampliação, a conservação, o acesso, a distribuição ou o uso de produtos da agrobiodiversidade”.
Um troféu será entregue em Brasília, em cerimônia marcada para 21 de novembro. Vencedores na categoria ampliação e conservação da agrobiodiversidade, as famílias receberão também um selo de reconhecimento e apoio financeiro para intercâmbio de experiências.
De acordo com o Brasil de Fato, nos três primeiros anos de ocupação, os moradores precisaram lidar com rio poluído, solo rebaixado e encharcado e muito pasto. Foi preciso muito trabalho para retomar a capacidade de plantar alimentos na área, mas hoje a perspectiva é que a produção continue aumentando.
A degradação causada pela atividade pecuária foi superada e, atualmente, árvores altas típicas da Mata Atlântica e diversas outras plantas se destacam nos lotes que já foram recuperados pelos agricultores. Apenas 10% da área foi trabalhada, então há muito o que fazer.
Os moradores da comunidade testam diferentes métodos de manejo e preparo do solo, tendo criado agroflorestas em diferentes estágios de evolução. Cerca de 90% do que é produzido pelos agricultores é destinado para as escolas da região através do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
A cada semana são enviados para a rede estadual 1.080 quilos de tubérculos, 1.545 quilos de frutas, 390 quilos de hortaliças e 45 quilos de tempero. Também são produzidos e distribuídos doces, geleias e polpas de frutas.
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