Não é nenhum segredo que os componentes eletrônicos estão ficando cada vez menores com o passar do tempo, mas parece que essa equipe de pesquisadores foi muito além. Eles conseguiram criar o menor transistor funcional do mundo, com apenas um nanômetro de comprimento de porta.
Para efeitos de comparação, um fio de cabelo humano tem cerca de 50.000 nanômetros de espessura.
Ao contrário dos transistores comuns, o novo protótipo da equipe do Departamento de Energia do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, não é feito de silício.
A chave para a criação foi o uso de nanotubos de carbono e dissulfeto de molibdênio (MoS2), um lubrificante de motor vendido em lojas de autopeças.
O MoS2 é parte de uma família de materiais com imenso potencial para aplicações em lasers, LEDs, transistores em nano escala, células solares, entre outros.
“Nós fizemos o menor transistor relatado até o momento“, disse o cientista Ali Javey, um dos líderes do projeto, cujos resultados foram publicados na revista Science.
“O comprimento da porta é considerado uma dimensão que define o transistor. Nós demonstramos um transistor com 1 nanômetro de porta, o que mostra que, com a escolha dos materiais apropriados, há muito mais espaço para encolher nossos eletrônicos”, explicou o pesquisador.
A criação pode ser a chave para manter a previsão do fundador da Intel, Gordon Moore, que profetizou que a quantidade de transistores que poderiam ser colocados em uma mesma área dobraria a cada 18 meses mantendo-se o mesmo custo de fabricação.
“A indústria de semicondutores assumiu há algum tempo que qualquer porta abaixo de 5 nanômetros não iria funcionar, então qualquer coisa abaixo disso não foi sequer considerada”, disse Sujay Desai, o pesquisador-chefe do projeto, citado pela Phys.org.
Apesar do sucesso, a equipe reconhece que há um longo caminho a percorrer antes de nós usarmos transistores de 1 nanômetro em nossos computadores e dispositivos móveis. Por enquanto, trata-se apenas de uma prova de conceito, pois os pesquisadores ainda não embalaram esses transistores em um chip.
De qualquer forma, é um passo adiante na continuação da Lei de Moore.
// Canaltech