Uma mulher de 68 anos, que comia amendoim sem se preocupar com alergias, teve uma reação alérgica severa depois de ter comido um sanduíche com manteiga de amendoim. Segundo a investigação, a mulher não era alérgica, mas o doador que lhe forneceu um pulmão, sim.
Da Universidade da Califórnia, Mazen Odish, autor do estudo publicado no Transplantation Proceedings, refere que é raro receptores adquirirem uma alergia alimentar de um órgão doador. Aliás, até hoje, houve apenas quatro ou cinco relatos de casos nos quais os receptores de órgãos adquiriram alergia a amendoim com anafilaxia, após um transplante de pulmão.
Segundo o Live Science, a mulher necessitou de um transplante de pulmão para tratar um enfisema, condição na qual os sacos aéreos dos pulmões ficam danificados, dificultando a respiração. A paciente acabou por receber um novo pulmão esquerdo de um doador de 22 anos.
Após a intervenção cirúrgica, a recuperação estava em um bom caminho, até que, um dia antes de receber alta, a paciente sentiu um aperto muito forte no peito e dificuldades para respirar.
Os médicos não sabiam o motivo de a paciente ter sintomas de insuficiência respiratória e os testes realizados no momento não revelaram nenhuma explicação plausível.
O mistério acabou assim que a mulher confessou que os sintomas apareceram logo após ter comido o sanduíche com manteiga de amendoim. Os médicos suspeitaram de uma alergia alimentar, mesmo que a paciente não apresentasse outros sintomas comuns de alergia, como erupção cutânea ou dor no estômago.
O mistério acabou assim que a mulher confessou que os sintomas apareceram imediatamente após ter comido o sanduíche com manteiga de amendoim. Os médicos suspeitaram de uma alergia alimentar, mesmo que a paciente não aparesentasse outros sintomas comuns de alergia, como erupção cutânea ou dor no estômago.
Como a paciente nunca teve reações alérgicas derivadas da ingestão de amendoim, os médicos contataram a agência de transplantes que acabou por confirmar que o doador tinha alergia a amendoim. Assim, além do pulmão, a mulher recebeu também a alergia do doador, contou Odish.
Apesar de muito raro, é possível que alergias alimentares sejam transferidas de doadores de órgãos para receptores de transplantes. Ainda assim, nem todo receptor que recebe um órgão de um doador com alergia alimentar adquire a sensibilidade.
Estudos anteriores sugeriram, inclusive, que crianças que recebem transplantes de fígado podem ter maior probabilidade de desenvolver alergias alimentares.
Outros estudos mostraram que as alergias alimentares adquiridas em transplantes ocorrem com maior frequência quando os receptores de órgãos são medicados com tacrolimus, um imunossupressor usado para reduzir o risco de rejeição de órgãos após um transplante.
Ainda assim, não está claro se alergias alimentares adquiridas em transplantes continuam uma preocupação vitalícia para os pacientes, dado que é possível que a alergia possa diminuir para alguns indivíduos.
Ciberia // ZAP