O diretor do lado paraguaio da hidroelétrica de Itaipu, James Spalding, disse nesta quinta-feira que o comunicado sobre a represa emitido esta semana pelo presidente Michel Temer e seu homólogo do Paraguai, Horacio Cartes, representa “uma oportunidade” para falar sobre o futuro da estrutura depois de 2023.
Esse ano marca o fim do acordo sobre o uso e a comercialização da energia produzida na represa, compartilhada por Brasil e Paraguai, e que beneficia principalmente aos brasileiros.
A partir de então, o Paraguai terá que renegociar com o Brasil e decidir o que fará com o 50% que lhe corresponde da energia gerada pela represa de Itaipu.
Com esse objetivo no horizonte, ambos países já incluem esse tema nas suas respectivas agendas e serão as chancelarias as encarregadas das negociações, como disse hoje Spalding após seu encontro com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia do Brasil, Paulo Pedrosa, na central.
Pedrosa, por sua parte, informou que o Brasil está buscando “outra direção para o setor elétrico”, já que “o modelo do passado se esgotou”.
Assim, a proposta que planeja é a privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia do Brasil com cuja venda se pretende paliar o deficit das suas contas públicas.
Além disso, Pedrosa ressaltou que “a Itaipu não faz parte deste movimento, porque a Itaipu responde a um tratado internacional” entre Paraguai e Brasil, e “merece um tratamento próprio”.
A Itaipu Binacional foi criada há 42 anos, em 17 de maio de 1974, para administrar a sua construção e entrou em funcionamento dez anos depois, em 1984.
A hidroelétrica Itaipu, que em 2016 fechou uma produção histórica de mais de 100 milhões de megawatts-hora, desbancou no último mês de dezembro a hidroelétrica chinesa das Três Gargantas como maior geradora de energia do mundo.
// EFE