A Polícia Militar do Rio de Janeiro reconheceu hoje (12) que PMs agiram fora dos padrões ao agredir, a cassetadas, um fotógrafo, na noite de sexta-feira (11), no centro do Rio de Janeiro.
O rapaz acompanhava uma manifestação contra o pacote de cortes do governo estadual e a PEC 55, que limita gastos do governo federal em tramitação no Congresso Nacional.
Segundo o vídeo disponível na internet, o fotógrafo foi cercado por pelo menos seis policiais militares, que usaram cassetetes contra os braços e as pernas do rapaz, enquanto um grupo de pessoas de dentro de um restaurante, avisava que o jovem era da imprensa.
Após assistir as cenas, em nota, o comandante do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos, o tenente-Coronel Rubens Castro Peixoto Júniorc admitiu que a abordagem não seguiu regras da corporação e vai abrir uma investigação, na esfera disciplinar, para avaliar o caso.
“O tenente-coronel Peixoto, Comandante do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE), analisou as imagens veiculada nas redes sociais e reconhece que a abordagem efetuada pelos Policiais Militares do 5º BPM e do BPGE não seguiu os padrões regulados no âmbito corporativo”, afirmou a PM à imprensa.
A agressão ocorreu nas proximidades da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, no centro, que nesta semana chegou a ser invadida por PMs, bombeiros e agentes de segurança, também em protesto contra o pacote do governo do Rio.
OAB condena “agressão covarde”
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio de Janeiro, também divulgou uma nota, na qual considerou “a covarde agressão física perpetrada por policiais”. A entidade também quer abertura de processo disciplinar. No vídeo, os PMs não estavam com identificação nas fardas.
“Polícia nenhuma pode agir desta forma contra qualquer cidadão, seja jornalista ou manifestante, tais fatos só demonstram o completo despreparo destes policiais agressores”, disse a OAB.
De acordo com a Polícia, a agressão ocorreu depois da dispersão da manifestação, que aconteceu de maneira pacífica. Um pequeno grupo tinha provocado os policiais, com “uma série de violações e insultos”, e acabaram detidas na 5º Delegacia de Polícia.