Professor estima que apenas 110 pessoas seriam suficientes para colonizar Marte

MarsOneProject / Facebook

Nesta quinta-feira (30), a NASA lançou a missão Mars 2020, com a qual enviou o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity ao Planeta Vermelho em busca de bioassinaturas.

E como, no futuro, a agência espacial planeja enviar humanos para lá, fica o questionamento: afinal, quantos humanos seriam necessários para criar uma colônia marciana?

O professor Jean-Marc Salotti buscou uma resposta em seu artigo Minimum Number of Settlers for Survival on Another Planet (“A quantidade mínima de colonos para sobrevivência em outro planeta”, em tradução livre), publicado na revista Nature.

Para chegar a uma estimativa razoável, o professor trabalhou com um modelo matemático que permitiu determinar a quantidade mínima de colonos, junto do estilo de vida que eles deveriam adotar em Marte. Assim, ele chegou ao número aproximado de 110 pessoas.

Em seus cálculos, Salotti considerou a capacidade de um grupo de colonos manter sua sobrevivência se o envio de cargas da Terra fosse interrompido por motivos diversos, como a ocorrência uma grande guerra em nosso planeta ou custos tão elevados nos transportes espaciais que poderiam tornar essa operação inviável, por exemplo.

O professor considerou, ainda, que os colonos teriam que produzir, lá mesmo, metais, cerâmicas, roupas e outros artigos essenciais para a sobrevivência.

Assim, o grupo precisaria se adaptar para reduzir a necessidade de usar objetos mais complexos, que não pudessem ser impressos em 3D ou confeccionados por lá mesmo, e deveria viver sob uma redoma, além de cultivar vegetais em estufas, obter água a partir de depósitos de gelo, entre outras atividades básicas do que seria um dia a dia em Marte.

Observe também que, neste cenário, o compartilhamento seria essencial para a sobrevivência: os colonos teriam que dividir água, comida, ferramentas, trajes, veículos e tudo mais que mais fosse necessário.

E embora este cenário apresente uma comunidade formada por poucos indivíduos, ela correria o risco de colapso por razões como infertilidade, acidentes, brigas entre os integrantes ou falta de recursos. “Isso seria especialmente verdadeiro no início da colônia, onde qualquer acidente poderia reduzir dramaticamente a capacidade de produção”, explica Salotti. Para ele, começar com grandes quantidades de recursos e poupar o que fosse possível seria uma forma de reduzir esses riscos.

Entretanto, Salotti ressalta que, ao lidarem com essas condições iniciais duras para acumular recursos, seria possível desenvolverem novas bases e indústrias ao longo do tempo que, após alguns séculos, estabeleceria uma sociedade.

“Se esse número relativamente baixo se confirmar, a sobrevivência em outro planeta pode ser mais simples do que esperávamos”, finaliza.

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