Uma mulher de 62 anos morreu depois de ser recusada 123 vezes na espera por um leito de UTI em algum hospital público de São Paulo.
A aposentada Maria Lucia Machado estava internada em hospital da Vila Nhocuné, que não dispões de leitos de UTI, devido a um acidente vascular cerebral (AVC) e um quadro de insuficiência respiratória aguda.
Após 123 negativas, ela buscou auxílio da Justiça. Mas a decisão da juíza Alexandra Fuchs de Araújo, em favor da aposentada, foi expedida um dia após sua morte.
“Eu não entendi qual essa fila. Fila para transplante, para cirurgia, tudo bem. Mas fila para UTI? Eu estou sem saber o que pensar”, disse em entrevista ao Buzzfeed a filha de Maria, Priscila Machado Sambrana.
“Eu sei que não vai trazer a minha mãe de volta, mas eu creio que se tivessem conseguido a UTI antes, nesse prazo em que eu fui atrás, ela teria se recuperado, sim”, acrescentou Priscila.
Segundo Elaine Gianotti, coordenadora da Central de Regulação de Urgência e Emergência, em São Paulo, o número de leitos não atende a demanda. “Precisaríamos de mais mil leitos. E muita gente entra na Justiça. Eu não chamaria de fila, existem pessoas esperando, cada qual com o seu quadro clínico”, diz a coordenadora ao Buzzfeed.
Segundo informações do site, na capital paulista há uma fila média de 50 pessoas por vaga de UTI. Mesmo depois de notificado por meio da Defensoria Pública, o município não se manifestou sobre o caso.