Parece uma bola que flutua, mas não é. O robô Cimon foi criado para ajudar os astronautas da Estação Espacial Internacional a completar tarefas.
A 15ª missão de entrega de mantimentos com destino à Estação Espacial Internacional pela SpaceX levou consigo uma carga especial: uma bola com ar de desenho animado estampada em uma tela de computador.
À primeira vista, parece inútil, mas o robô desenvolvido pela Airbus é mais necessário do que parece. Batizado de Cimon, abreviatura de Crew Interactive Mobile Companion ou Companheiro de Tripulação Móvel Interativo, esse robô foi especialmente criado para ajudar os astronautas na Estação Espacial Internacional (EEI).
Segundo o Público, a inspiração surgiu da ficção científica e partiu de uma história em quadrinhos, a Captain Future, lançada nos anos 1940 que conta a história de um robô em forma de cérebro humano, apelidado Professor Simon, que serve de mentor a um astronauta chamado Capitão Futuro.
Testado anteriormente em voos terrestres parabólicos (capazes de simular gravidade zero), o Cimon é o primeiro companheiro pessoal para astronautas, capaz de responder em viva-voz com recurso à inteligência artificial – em inglês.
A ajuda pesa cinco quilos e flutua graças às 14 ventoinhas internas que possui. Tem microfones e câmeras para reconhecer quando os astronautas precisam de ajuda e uma cara sorridente 24 horas por dia.
Cimon deverá ajudar os astronautas na condução de várias experiências, podendo responder a várias questões ou exibir dados na sua tela embutida.
Enquanto a Airbus tratou do hardware, o software e a componente de inteligência artificial ficou a cargo da IBM. Mas, entre tantas funcionalidades, há uma que se destaca: o aparelho vai ajudar o astronauta alemão Alexander Gerst a realizar algumas experiências na EEI.
Embora tenha sido programado para reconhecer instantaneamente a voz e o rosto de Gerst, Cimon também será capaz de interagir com qualquer membro da tripulação. No fundo, Cimon vai auxiliar no “aumento da eficiência do astronauta“, explicou Matthias Biniok, engenheiro da IBM, à Reuters.
Atualmente, os astronautas têm que ler as instruções das tarefas a partir de um computador portátil; um processo difícil, segundo Biniok. Um companheiro como Cimon, capaz de responder e sem fios, poderá ser uma ajuda preciosa.
“Nossa missão principal é apoiar os astronautas nas suas tarefas diárias a fim de poupar tempo, porque o tempo é a coisa mais cara na Estação Espacial Internacional”, conclui.
Ainda assim, o robô pode ir além. No futuro, informa a Wired, espera-se que o Cimon evolua o suficiente de forma a conseguir interpretar a forma como a tripulação interage entre si e as dinâmicas sociais que surgem (que podem escapar para quem está em terra).