Um grupo de pesquisadores do Projeto Arqueológico Sicán, no Peru, descobriu vestígios de sangue humano e proteína de ovo de ave em uma máscara funerária de ouro de mil anos.
O objeto pertence à civilização Lambayeque, também conhecida como Sicán, que habitava a costa norte do Peru atual e é anterior à cultura Inca. Segundo os especialistas, esta civilização era especializada em práticas funerárias das elites, e muitas vezes enterrava os falecidos com bens espantosos.
Esta descoberta, publicada na revista científica Journal of Proteome Research, chega após uma reavaliação da máscara que cobria o crânio de um homem de elite pintado de vermelho, deitado de barriga para baixo em um túmulo escavado por uma equipe de arqueólogos no início da década de 1990.
A equipe de cientistas, liderada por Izumi Shimada, identificou naquela época o pigmento como cinábrio, um mineral de sulfeto de mercúrio avermelhado, porém, o aglutinante orgânico eficiente permanecia um mistério até agora.
Para esta pesquisa, Shimada e seus colegas analisaram uma pequena amostra de tinta da máscara usando espectroscopia, uma análise baseada na interação entre a matéria e a radiação eletromagnética. Desse jeito, a equipe encontrou seis proteínas do sangue humano no corante utilizado, incluindo albumina sérica e imunoglobulina G, bem como outros tipos de proteínas, como a ovalbumina, proveniente de claras de ovo.
Segundo os pesquisadores, este achado “apoiaria ideias anteriores de que a tinta de cinábrio vermelha pode representar a ‘força vital'”, e que a disposição dos esqueletos estaria relacionada com o desejado “renascer” do falecido líder dos sicán.
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