O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), o primeiro a ser controlado de forma integral pelo Brasil, foi enviado ao espaço há um ano para a distribuição de internet banda larga.
No entanto, o objeto espacial distribuiu internet a apenas 0,1% dos locais que haviam sido planejados antes da sua decolagem. O problema aconteceu após uma briga judicial envolvendo a Telebras e companhias de telecomunicações, chegando ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Enviado a órbita no dia 4 de maio de 2017, o satélite consumiu R$ 2,78 bilhões em investimentos e é usado por militares e civis. O Exército Brasileiro tem acesso a 30% da capacidade do SGDC para uso da internet em suas instalações, como postos de fronteiras, e o restante é distribuído para diversos órgãos do governo federal.
Problema
Para que o SGDC pudesse operar, era preciso de um subsídio. O negócio envolvia a contratação de uma empresa pela Telebras para a instalação da infraestrutura de rede no país, com a permissão de aproveitar a capacidade que não estava sendo utilizada para os seus próprios serviços de banda larga.
No entanto, por oito meses, não houveram interessados no serviço e a Telebras começou a receber propostas de empresas privadas, quando escolheu a Viasat, companhia norte-americana, no início deste ano.
Em entrevista ao G1, o presidente da Telebras, Jarbas Valente, conta que o contrato com a Viasat deveria ativar 500 pontos em abril, mas que só foi possível instalar apenas quatro, um em ponto de fronteira e o restante em três escolas na cidade de Pacaraima, em Roraima.
Valente conta que a subutilização do satélite vem causando um prejuízo de R$ 100 milhões, pois era preciso chegar ao fim de maio com mil pontos instalados, resultando em uma perda de R$ 800 mil ao dia. Para o fim do ano, o objetivo seria a instalação de 8 mil pontos de acesso à internet, e, até março de 2019, a previsão era de 15 mil postos.
Justiça
Agora, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) acusa a empresa norte-americana de fechar contrato sigiloso com a Telebras para esconder as irregularidades do satélite. O contrato entre as empresas já está suspenso por determinação da Justiça Federal de Manaus.
A Telebras se defende afirmando que não há a necessidade de confidencialidade se ambas as empresas conhecem as condições originais.
Ciberia // CanalTech
O valor de 2,78 bilhões de reais é super faturado e não inclui a infra estrutura de solo necessária para a operação na Banda Ka (a banda X da Defesa opera normalmente!). O valor de mercado para um satélite desta classe não pode passar de 450 milhões de euros incluindo lançamento e seguro, o valor pago supera 780 milhões de euros com taxa cambial da época dos pagamentos! Algo está muito errado!!
A diferença deve estar depositada em alguma conta em paraíso fiscal. Ou estará no Fundo Partidário? Seja como for, esse é o “custo” Brasil. Corrupção, irresponsabilidade, desperdício. Tudo que é “privatizado” funciona assim.