Um dos aspectos mais incríveis da simulação é que mostra a evolução da matéria durante praticamente os 13,8 bilhões de anos de história do Universo, desde o Big Bang até a atualidade.
Uma equipe internacional de cientistas desenvolveu o “Uchuu” (espaço exterior, em japonês), a simulação virtual mais realista do Universo já feita até agora, que precisou do supercomputador japonês ATERUI II para processar três petabytes de dados em apenas um ano, o equivalente a quase um milhão de fotos de um celular de 12 megapixels.
O Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ, na sigla em inglês) impulsionou este projeto, que contou com a colaboração de grupos de pesquisa dos EUA, França, Itália, Japão, Austrália, Argentina e Chile.
O Uchuu se concentra na estrutura em grande escala do Universo, que varia desde os aglomerados de galáxias maiores, até as menores, bem como halos de matéria escura.
Além disso, um dos aspectos mais incríveis do Uchuu é que simula a evolução da matéria durante praticamente os 13,8 bilhões de anos da história do Universo, desde o Big Bang até a atualidade.
Em geral, a simulação consta de 2,1 bilhões de partículas em um cubo de 9,3 bilhões de anos-luz, uma dimensão comparável a metade da distância que existe entre a Terra e as galáxias mais distantes jamais observadas.
Desta maneira, o Uchuu permitirá aos pesquisadores considerar múltiplos cenários, como a colisão de dois buracos negros, e estudar diversos fenômenos sem a necessidade de recorrer às observações diretas.
“Esperamos que o Uchuu permita estudar a evolução do Universo com um nível de detalhe e um volume de informação sem precedentes”, afirmou à EFE Francisco Prada, pesquisador do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, na Espanha.
Por sua vez, a pesquisadora Julia Ferrer concluiu que “nenhuma outra simulação é capaz de mostrar tanta informação mantendo uma alta resolução”, já que normalmente há que “escolher entre uma das duas opções”.
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