Ele está fora da Coreia do Norte e perdeu o pai em um ataque com uma arma química. Aos 21 anos, Kim Han-sol está cansado de fugir do que seria a perseguição do tio, Kim Jong-un, líder norte-coreano que teria envolvimento na morte do irmão, informou um canal sul-coreano.
De acordo com informações da TV Chosun, Kim Han-sol é filho de Kim Jong-nam, meio irmão mais velho de Kim Jong-un e que foi morto em um aeroporto da Malásia, em fevereiro – duas suspeitas são acusadas de utilizarem uma arma química, o VX, para assassiná-lo.
Após a morte do pai, Kim Han-sol vive agora sobre “proteção ferrenha” da mãe, Ri Hye-kyong, que também protege a filha de 19 anos, Kim Sol-hui, de acordo com a TV Chosun. “Isso o mantém seguro, mas também o deixa frustrado ao mesmo tempo”, explicou o canal.
O jovem teria ainda desenvolvido o hábito de ingerir bebidas alcoólicas durante o dia, um efeito da fuga vivida pela família desde a morte de Kim Jong-nam, que teria a participação direta de Kim Jong-un, segundo especulações da imprensa sul-coreana.
“Kim Han-sol tem dito às pessoas ao seu redor que ele está feliz que sua família esteja segura, mas o programa de proteção é sufocante. Ele também tem consumido álcool durante o dia, enquanto dizia que ele tinha mais liberdade trabalhando em Macau”, afirmou o canal de TV da Coreia do Sul.
Primogênito do ex-líder norte-coreano Kim Jong-il, Kim Jong-nam foi preterido em favor de Kim Jong-un. Antes de ser assassinado, ele vivia com a família em Macau, onde trabalhava em um hotel. O seu exílio da Coreia do Norte começou em 2001, segundo o jornal Korea Herald.
O interesse na morte de Kim Han-sol teria justificativa. Acredita-se que ele seja o último homem sobrevivente da descendência de “Baekdu”, a linhagem direta do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, e do seu filho Kim Jong-il, o que poderia fazer dele uma ameaça potencial para seu tio Kim Jong-un.
Não por acaso, o atual líder norte-coreano tem consistentemente eliminado tais ameaças desde que ele subiu ao poder, após a morte do pai, em 2011.
Em uma entrevista à mídia finlandesa em 2012, Kim Han-sol criticou abertamente o regime norte-coreano e o governo do tio, dizendo que sempre sonhou que um dia retornará à sua pátria para “melhorar as coisas”. No momento da entrevista, Kim estudava em uma escola internacional na Bósnia e passou por uma experiência educacional na França.
O paradeiro do sobrinho de Kim Jong-un e da família é desconhecido, embora os governos da Holanda, China, Estados Unidos e um quarto país tenham oferecido asilo à família.
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