Uma grande tempestade causou um fenômeno incomum na cidade de Melbourne na última semana. Milhares de pessoas ligaram para os serviços de emergências e lotaram as clínicas e hospitais da cidade. 6 pessoas morreram.
A tempestade aconteceu no dia 21 de novembro, na segunda maior cidade da Austrália. O grande volume de água que atingiu o local encharcou as sementes dos pastos ao redor da cidade, fazendo com que elas se rompessem e o pólen fosse espalhado por todo o ar da região.
Estes minúsculos pedaços de pólen invadiram o trato respiratório dos moradores locais e provocaram ataques de asma.
“Quando o pólen da gramínea fica molhado, ele se rompe em pedaços muito menores, e esses pequenos pedaços conseguem passar pela passagem nasal e entrar nos pulmões. Normalmente o pólen ficaria retido na passagem nasal”, explica Robin Ould, da Fundação da Asma de Vitória, citada pelo Medical Xpress.
“Quando chegam ao pulmão, os alérgenos causam ataques de asma. Os pequenos tubos brônquios se tornam inflamados e se enchem de muco e os músculos ao seu redor ficam contraídos e as pessoas não conseguem fazer a troca de ar”, descreve ele.
Apesar de parecer estranho, este fenômeno, conhecido como “asma de tempestade”, já foi documentado em vários estudos científicos.
Apesar de raro, Melbourne já teve pelo menos três outros episódios desses nas últimas décadas por causa dos grandes pastos que cercam a cidade. O fenômeno também já foi registrado no Reino Unido, em Londres (1994) e Birmingham (1983).
Os serviços de emergência receberam 1.900 ligações em apenas cinco horas posteriores na noite da tempestade, e cerca de 8.500 pessoas procuraram atendimento médico nos dois dias posteriores.
Quatro pessoas morreram e outros três pacientes continuam em condição crítica, além de nove outros que ainda estão na UTI. A maioria dos afetados já tinha um histórico de asma e alergias.
“Essa é uma emergência médica de escala nunca vista antes. Foi como ter 150 bombas explodindo na região metropolitana de Melbourne” afirmou Jill Hennessy, Ministra da Saúde do estado de Vitória.
// HypeScience