Pânico em Wall Street afunda índices com fortes perdas

Um movimento de pânico se apoderou dos investidores em Wall Street nesta terça-feira (6), onde o índice mais emblemático da praça financeira afundou, depois de vários meses de euforia na bolsa reivindicada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

O Dow Jones Industrial Average entrou em queda súbita na segunda parte da sessão e, em menos de uma hora, superou os patamares dos 500 e 1.500 pontos perdidos. No nível mínimo, chegou a cair mais de 10% em relação ao nível recorde que estabeleceu em 26 de janeiro.

Transmitida ao vivo pelas telas das televisões, a queda chamava em Nova York a atenção dos pedestres, constatou um jornalista da AFP. Depois de uma pequena recuperação no final da sessão, o Dow Jones acabou perdendo 4,61%.

O índice tecnológico Nasdaq, por sua vez, perdeu 3,78%, e o largo S&P 500, que representa as maiores 500 empresas cotadas nos EUA, cedeu 4,11%.

A correção ocorreu no dia em que Jerome Powell chegou à presidência do banco central norte-americano, em substituição de Janet Yellen. Mas há muito tempo que os observadores esperavam a correção, em particular depois de os índices somarem recordes atrás de recordes nos últimos meses.

O S&P 500 tinha registrado em janeiro seu melhor resultado desde 1997.

Trump costuma se parabenizar, nas suas mensagens no Twitter e em discursos, pelo desempenho da bolsa e tinha feito deste um argumento favorito para seduzir meios empresariais durante o mais recente Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Nesta segunda-feira (5), a Casa Branca assegurou, em comunicado enviado à estação televisiva CNBC, que “ficava sempre inquieta quando o mercado perde valor“. Mas um porta-voz, divulgando “a flutuação dos mercados no curso prazo”, lembrou mais tarde que a economia dos EUA continuava “muito sólida” e “ia no bom sentido”.

A taxa de desemprego nos EUA é a mais baixa em 17 anos e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,3% em 2017.

Tínhamos perdido o hábito de ver os índices acelerar do lado negativo”, observou Art Hogan, da Wunderlich Securities, um analista veterano da praça nova-iorquina. Esboçada na semana passada, a queda foi desencadeada por um aumento do nervosismo dos investidores com a subida das taxas de juros.

O anúncio de uma subida significativa dos salários em janeiro nos EUA intensificou, na sexta-feira, os receios de inflação e de o banco central norte-americano subir suas taxas de juros de referência mais rapidamente do que previsto.

A taxa de juros para a dívida pública para 10 anos subiu hoje até os 2,88%, o nível mais alto desde 2014.

A evolução encarece o custo dos empréstimos tanto para as empresas como para os investidores e oferece aos corretores uma colocação mais remuneradora e menos arriscada que as ações.

“Durante vários anos, o mercado das ações era um pouco o único destino” para os investidores que desejavam rendimentos mais elevados que as ações, mas elas “estão um pouco sobreavaliadas”, estimou Jack Ablin, da Cresset Wealth Advisors.

“Agora, a questão é saber se os investidores que têm aproveitado todos os movimentos de baixa nos últimos meses para fazerem compras a bom preço vão voltar a aparecer, ou se vão se manter retraídos”, disse J. J. Kinahan, especialista de mercado na plataforma de corretagem TD Ameritrade.

Ciberia, Lusa // ZAP

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