O Serviço Sismológico Nacional do México elevou para 8,4 a magnitude do sismo que se registrou nesta sexta-feira (8) no México, com epicentro no estado de Chiapas e sentido violentamente na capital e nos países vizinhos.
Com epicentro a 137 quilômetros de Tonalá, no estado de Chiapas, o terremoto provocou cortes de energia na Cidade do México, onde soou um alarme sísmico e imediatamente começaram a serem ouvidas sirenes de ambulâncias.
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico ativou um alerta para o México, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Honduras e Equador. O Sistema de Alerta de Tsunamis dos Estados Unidos avisou que há possibilidade de perigosas ondas de tsunami nas costas do Pacífico de vários países da América Central nas próximas três horas.
A força do sismo fez residentes na Cidade do México fugirem das suas casas, ainda de pijama, juntando-se a grupos nas ruas. Na capital mexicana, os edifícios sentiram a intensidade do tremor por mais de um minuto, descreveu a agência noticiosa Associated Press.
No estado de Chiapas os relatos indicaram para um impacto significativo. “A casa se moveu como pastilha elástica e a luz e Internet desapareceram momentaneamente”, contou Rodrigo Soberanes, que vive em San Cristobal de las Casas, no estado do sul.
O Governo de El Salvador já alertou para a ameaça de tsunami e ativou comunicações para uma evacuação imediata, se necessário, após o sismo que atingiu o sul do México.
Perante o alerta, o sistema de proteção civil de El Salvador ativou os canais de comunicação com as comissões municipais e comunitárias da proteção civil para uma possível evacuação e pediu às comunidades que estão próximas de praias para monitorarem possíveis mudanças no mar.
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico já registou ondas de tsunami na costa do Pacífico, ao largo do México. Ondas de um metro acima do nível da maré foram medidas ao largo de Salina Cruz, enquanto ondas menores foram observadas na costa ou registradas por medidores oceânicos em outros locais, afirmou.
O balanço inicial era de cinco mortos, mas, neste momento, o total de vítimas mortais confirmadas subiu para 32, “com base na contagem efetuada pelos estados”, anunciou o diretor da Proteção Civil, Ricardo de la Cruz. No número incluem-se duas crianças, em Tabasco, conforme informou o governador do estado.
O governador Arturo Nunez indicou que uma das crianças morreu no desabamento de uma parede, e a outra, um bebê, morreu em um hospital pediátrico que ficou sem eletricidade, interrompendo o funcionamento do ventilador ao qual estava ligado. As outras três mortes foram registradas no estado de Chiapas, em San Cristobal de las Casas.
Possibilidade de réplica
O presidente do México, Enrique Peña Neto, advertiu a população para a possibilidade de nas próximas 24 horas se registar uma forte réplica do terremoto de 8,4 que sacudiu o país na quinta-feira (7) à noite.
Em declarações ao canal de televisão Televisa, Peña Nieto disse que os mexicanos precisam estar muito atentos e que a réplica pode superar a magnitude de 7 na escala de Richter, após recordar que em 1985 ocorreu uma réplica muito potente, de 7,5, um dia depois do primeiro grande sismo de magnitude 8,1.
O presidente assegurou que até agora o alerta de tsunami no sudeste do estado de Chiapas, onde se registrou o epicentro do sismo ocorrido na noite desta quinta, “não representa um risco maior” e considerou que 50 milhões de pessoas podem ter sentido o tremor de terra por todo o país.
Peña Nieto disse estar no Centro Nacional de Prevenção de Desastres (Cenapred), em uma reunião com as secretarias da Defesa e da Marinha, assim como com a Comissão Federal de Eletricidade, entre outras entidades, para fazer um “diagnóstico pontual” do que ocorreu e adotar as medidas necessárias.
O presidente mexicano assinalou que o sismo de quinta-feira foi maior do que o de 8,1 na escala de Richter de 19 de setembro de 1985, que fez milhares de mortos, mas destacou que a cultura de proteção civil avançou. O chefe de Estado apelou ainda à população para verificar os danos registrados. “Vamos continuar trabalhando para fazer uma avaliação mais precisa dos danos”, acrescentou.
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