A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe de relações internacionais da União Europeia, Josep Borrell, pediram neste sábado (30) que os Estados Unidos “reconsiderem a decisão anunciada” de romper os laços com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Em um comunicado conjunto publicado neste sábado, os líderes europeus lembraram a importância de soluções conjuntas durante uma pandemia, como a do coronavírus. “A cooperação e a solidariedade mundial por meio de esforços multilaterais são os únicos meios eficazes e viáveis de ganhar a batalha que o mundo enfrenta”.
“A OMS deve continuar a ser capaz de coordenar a resposta internacional a pandemias, atuais e futuras. Por isso, a participação e o apoio de todos são necessários e indispensáveis”, continua o comunicado.
“Diante desta ameaça mundial, é o momento de reforçar a cooperação e de encontrar soluções comuns. É preciso evitar atitudes que fragilizem os resultados em nível internacional. Neste contexto, apelamos aos Estados Unidos para que reconsiderem sua posição anunciada”, pediram os líderes europeus.
Na sexta-feira (29), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o fim das relações entre os EUA e a OMS. Trump, que vem acusando reiteradamente a OMS de ser indulgente demais com a China durante a crise do coronavírus, já havia cortado as transferências financeiras para o órgão multilateral dedicado à saúde.
Os Estados Unidos tradicionalmente são os maiores financiadores das agências da ONU (Organização das Nações Unidas). Na sexta, o presidente norte-americano afirmou que redirecionaria os fundos para outras “necessidades urgentes e internacionais de saúde pública que mereçam”.
Alemanha quer mais peso da UE na OMS
Mais cedo, o ministro alemão de Saúde, Jens Spahn, se pronunciou nas redes sociais lamentando o anúncio norte-americano, que considerou um “sério revés para a saúde mundial”. Spahn defendeu que a União Europeia aumente seu compromisso financeiro com a OMS.
A Alemanha assume a presidência da UE no dia 1 de julho, e terá como uma de suas primeiras ações, segundo o ministro, reforçar a presença do bloco na agência de saúde da ONU.
Tudo isso acontece em meio à pandemia do coronavírus, que já deixou mais de 364.000 mortos em todo o mundo, segundo dados oficiais.
// RFI