Presidente americano acusa dependência em relação à China, critica gestão da pandemia e dá prazo de 30 dias para melhoras na entidade. País é o maior financiador da Organização Mundial de Saúde.
O presidente Donald Trump ameaçou retirar os Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e suspender indefinidamente as contribuições financeiras de seu país á entidade no prazo de 30 dias, em razão do que considera uma dependência do organismo em relação à China.
“Se a OMS não se comprometer com melhorias significativas nos próximos 30 dias, tornarei a suspensão temporária de fundos à OMS permanente e reconsiderarei a nossa participação na agência”, disse o presidente em carta enviada ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, compartilhada pelo americano em seu perfil no Twitter nesta terça-feira (19/05).
No documento de quatro páginas, que contém uma série de reclamações em relação à gestão da pandemia de covid-19 por parte da OMS e da China, Trump ressalta que seu país já teria iniciado “conversações sobre como reformar a organização” com o diretor da entidade e disse que “não há tempo a perder”. “É necessário agir rapidamente”, acrescentou.
O americano criticou o que chamou de “alarmante falta de independência” da OMS em relação à China e afirmou que uma das reformas sugeridas por Washington era justamente a desvinculação de Pequim. “A única forma de avançar, para a OMS, é se realmente for capaz de demonstrar independência em relação à China”, afirma Trump na carta.
O Governo americano decidiu suspender temporariamente as contribuições financeiras para a OMS no dia 14 de abril. Na mesma ocasião, Trump anunciou que seu país iria conduzir um estudo para “examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”.
Na carta agora divulgada, Trump deu por concluída a avaliação por parte do Governo americano, que, segundo afirmou, teria comprovado “muitos dos sérios problemas” que vinham sendo apontados por Washington.
Os Estados Unidos são os maiores financiadores da OMS, com contribuições anuais de entre 400 e 500 milhões de dólares, entre as obrigatórias e voluntárias. O país é o mais afetado pela pandemia de covid-19, com mais de 90 mil mortes e 1,5 milhão de casos.
Em todo o mundo, o novo coronavírus já matou mais de 318 mil pessoas, com 4,8 milhões de infecções em 196 países e territórios.