A nova nota de 5 libras ganhou muitos fãs no Reino Unido desde que entrou em circulação, em setembro. É resistente. Não rasga. Você pode derrubar cerveja nela, colocar na máquina de lavar, e ela vai sobreviver para pagar mais uma rodada. Mas tem algo que a cédula não é: livre de gordura.
Impressa em polímero, a nota de plástico contém uma pequena quantidade de gordura de origem animal – e muitos vegetarianos não estão felizes com isso.
Conhecido pelas gerações mais antigas como base para fabricação de sabão e velas, o sebo é derivado da carne de boi ou carneiro (e, algumas vezes, de porco), proveniente do matadouro ou do processo de produção de alimento.
Essência de bacon
Veganos e vegetarianos sentiram-se ofendidos com essa revelação e expressaram sua indignação nas redes sociais. Quase 100 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que o material das notas seja alterado.
“Exigimos que vocês deixem de utilizar produtos de origem animal na fabricação das notas que temos que usar”, diz a petição.
Irritados, veganos e vegetarianos afirmam no Twitter que a nova cédula “não é legal”, além de “nojenta”. E questionam se seus direitos foram levados em conta.
Há também, por outro lado, quem se manifeste com ironia, sugerindo que uma “essência de bacon” na cédula é oportuna e especulando sobre a quantidade de calorias contida agora num fiver – como é chamada a nota de cinco libras pelos britânicos -, e se oferecendo para ficar com as notas que os veganos não queiram.
Alguns líderes hindus britânicos disseram, por sua vez, que vão discutir uma possível proibição das novas notas nos templos. As vacas são consideradas animais sagrados pelos hindus – muitos não usam sapatos ou bolsas de couro, por exemplo.
Já os judeus, cuja religião também prevê várias restrições em relação ao uso de produtos de origem animal, estão menos preocupados com as novas cédulas.
“As notas de cinco libras não causariam nenhum problema aos judeus a menos que tentassem comê-las”, diz Simon Round, porta-voz do Conselho de Representantes de Judeus Britânicos.
“Os judeus não estão autorizados a consumir gordura animal, mas estão autorizados a manusear”, esclarece.
O Banco da Inglaterra confirma, por sua vez, a utilização de gordura animal para fabricar as cédulas.
“Nós confirmamos que a pasta de polímero, a partir da qual o substrato base da nota é feito, contém traços de uma substância conhecida como sebo (gordura animal),” disse em nota.
A instituição financeira britânica não tem planos de elaborar uma nova receita. Mas há quem esteja dando uma solução simples para quem não está satisfeito com sua nova nota. Que tal trocar?
// BBC