Ex-funcionária que fazia curadoria de notícias detona Facebook

O Facebook está atolado até o pescoço na nova polêmica relacionada a notícias falsas veiculadas em sua rede social. A coisa está tão feia que a empresa vem sendo acusada de ser uma das principais responsáveis pela eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

A controvérsia, todavia, teve início no começo deste ano, quando a Mark Zuckerberg resolveu demitir toda a equipe que fazia a curadoria de notícias que iam parar nos Trending Topics da rede social.

Desde então, as notícias mais populares que entram nos destaques do site são selecionadas por um algoritmo.

O problema é que muita gente vem conseguindo manipular o sistema desde que ele foi implementado, subindo notícias falsas, hoaxes e links maliciosos que podem afetar milhões de pessoas em pouquíssimo tempo.

Alguns especialistas, inclusive, chegaram a dizer que a neutralidade do Facebook estava comprometida e que o site estava manipulando informações políticas.

Embora sempre tenha negado a existência de qualquer problema com o algoritmo e que a ideia de notícias falsas terem contribuido para a eleição de Trump ser “bastante maluca”, uma ex-funcionária responsável pela curadoria de notícias no Facebook resolveu botar a boca no trombone, detonar a empresa e expor o que realmente acontece lá dentro.

“Eles nos trataram como lixo”

Mythili Sampathkumar e toda a equipe que cuidava da curadoria dos Trending Topics do Facebook foram demitidas no começo no ano após a empresa implantar e botar o algoritmo para rodar. E, de acordo com ela, isso não aconteceu da maneira mais amigável do mundo.

“Eles nos trataram como lixo porque éramos todos terceirizados, tínhamos liderança zero, e nos enxergavam apenas como precursores para um algoritmo”, desabafou a antiga funcionária no Twitter.

Ao Gizmodo, Sampathkumar também disse que o Facebook foi omisso na apuração dos fatos e preferiu “se acovardar à pressão direitista e aos anunciantes“, abrindo as portas para a manada de notícias fakes que inundaram a rede social poucas semanas antes do pleito eleitoral que deu a Donald Trump a faixa de presidente.

Agora, Zuckerberg e equipe trabalham para apagar a mancha deixada na imagem da rede social. Tanto é que, no último fim de semana, o Facebook anunciou sete medidas para acabar com as notícias falsas.

Apesar disso, Sampathkumar criticou a atitude e disse que tudo poderia ter sido evitado “se eles tivessem tratado a equipe de escritores humanos como humanos”.

Mas, agora que o estrago está feito, ela diz que a solução para o problema não é um algoritmo melhor. “Alguns aspectos da apuração dos fatos não podem ser feitos por computadores gramaticais”, finalizou.

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