Existe uma razão evolutiva para sermos preguiçosos

lintmachine / Flickr

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Quando liga o despertador, você acaba por tocar o snooze várias vezes até finalmente se levantar da cama? Costuma marcar dia e hora para ir até o ginásio, mas o conforto de casa acaba por vencer? Tem medo de ser chamado de preguiçoso? Não tema mais: todos somos assim. E há uma razão biológica para isso.

Pelo menos é o que defende a teoria de Daniel Lieberman, especialista na evolução biológica humana de Harvard, que diz que estamos todos predispostos a conservar energia.

Antigamente gastava-se tanta energia a caçar e coletar comida que os antepassados procuravam descansar sempre que podiam.

No artigo “O exercício é realmente Medicina? Uma perspectiva evolutiva“, publicado em 2015, é possível perceber que não nascemos com uma inclinação natural para fazer exercício apenas por saúde.

“É natural e normal ser fisicamente preguiçoso”, começa por dizer o especialista.

“Prevejo que os caçadores-coletores no Kalahari ou da Amazónia são tão prováveis de evitar o esforço desnecessário como os americanos do século XXI”, adiantou Lieberman ao jornal The Washington Post.

“Apesar de uma pequena porcentagem de pessoas praticar exercício hoje em dia como uma forma de medicina, fazendo a sua dose prescrita, a grande maioria das pessoas se comporta hoje exatamente como seus antepassados, exercitando-se apenas quando é divertido (como uma forma de brincadeira) ou quando necessário”, acrescentou o pesquisador.

Lieberman explica que os nossos antepassados lutavam para acumular comida suficiente para compensar as calorias que queimavam quando procuravam essa comida.

Por isso, precisavam conservar sua energia quando podiam. A maioria dos seres humanos modernos que fazem exercício não precisa se preocupar sobre se, depois de um treino duro, serão capazes de compensar o déficit calórico.

Os nossos instintos são sempre para economizar energia. Para a maioria da evolução humana isso não importava, porque se queriam colocar o jantar na mesa, tinham que trabalhar no duro “, disse Lieberman numa outra entrevista.

“Só recentemente tivemos máquinas e tecnologia que tornam nossa vida mais fácil. Nós temos herdado esses instintos antigos, mas criamos este mundo de sonho e o resultado é a inatividade”, concluiu.

Da próxima vez que sentir preguiça, você já sabe: culpe a biologia.

// ZAP

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