As toneladas de informações comprometedoras sobre a CIA mexeram com os brios da Casa Branca. Um dia após a divulgação dos milhares de documentos, o presidente Donald Trump mandou abrir investigações em várias frentes para identificar quem os vazou para o WikiLeaks.
A primeira parte do relatório Vault 7 afirma que a agência de Inteligência americana mantém “fábrica de vírus” e que desenvolve programas para invadir celulares e televisores.
“O presidente está extremamente preocupado com as revelações do WikiLeaks, caso sejam verdadeiras”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer. “O vazamento de notícias sobre a segurança nacional deve preocupar a todos os norte-americanos”, emendou.
A própria CIA e o FBI já anunciaram a criação de uma força-tarefa para investigar a fuga.
Segundo o WikiLeaks, a fonte que repassou os documentos e os códigos-fonte dos vírus é um dos hackers que tiveram acesso não autorizado ao gigantesco pacote, e a turma é numerosa.
A ONG de Julian Assange ressalta que a CIA perdeu o controle sobre seu arsenal digital, uma vez que os próprios hackers contratados usaram as técnicas ali desenvolvidas para repassar os programas sem deixar rastros.
Segundo o fundador da Wikileaks, o pacote “Year Zero” expõe o alcance e a direção do programa secreto de espionagem cibernética da CIA, o que inclui um arsenal malicioso e dúzias de possíveis ataques de dia zero – através de erros de software – contra vários produtos.
Estes produtos incluem, de acordo com o site de Assange, o iPhone da Apple, o Android do Google, o Windows da Microsoft e televisores inteligentes da marca Samsung, que podem se transformar em “microfones encobertos”.
Na ressaca do vazamento, Apple e Samsung reafirmaram o compromisso com a privacidade dos usuários. “Embora nossas análises preliminares indiquem que muitos dos assuntos vazados já foram consertados na última versão do iOS, continuaremos trabalhando para enfrentar as vulnerabilidades identificadas”, afirmou a Apple.
A empresa sul-coreana também se manifestou sobre essas revelações e ressaltou que é uma “prioridade proteger a segurança e a privacidade dos aparelhos” e afirmou que vai “investigar de maneira urgente estas questões”.
Os documentos mencionam os televisores da Samsung, que podem se transformar em microfones mediante um software supostamente elaborado pela CIA em parceria com o MI5, o serviço de contraespionagem do Reino Unido.
O Google ainda não fez comentários a respeito da suposta espionagem nos telefones com sistema operacional Android.
// Agência BR