Superando concorrentes de 17 países, a desportista brasileira Valéria Schmidt foi eleita a melhor atleta universitária do mundo em 2016 pela Federação Internacional de Esporte Universitário (Fisu).
Valéria Schmidt é pentacampeã do Mundial Universitário de Futsal e também já ganhou o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta universitária, em 2010. Concorriam com Valéria desportistas de nações como Argentina, Irã, Canadá, China, Mongólia, Portugal, Uganda e Suécia.
A principal concorrente era a nadadora canadense Kylie Masse, medalhista de bronze na Olimpíada do Rio e ouro na Universíade de Verão 2015, disputada em Gwangju, na Coreia do Sul. A Universíade é a olimpíada dos esportes universitários.
“Já era uma conquista estar entre os três melhores. Já tinha pensado que estava ótimo, não precisava de mais nada. Fiquei muito feliz em ser a vencedora com uma concorrência desse tamanho, desse peso”, disse Valéria.
Ela receberá o prêmio em Taipei, capital de Taiwan, cidade-sede da Universíade que será disputada este ano. A cerimônia será em 18 de agosto, e os jogos começam um dia depois. Uma curiosidade sobre o prêmio é que o futsal, esporte de Valéria, não faz parte das modalidades da Universíade.
Valéria vai viajar para o evento pela primeira vez, para receber a honraria.
“Como o futsal tem um mundial independente, eu nunca tinha participado. Será minha maior alegria receber a premiação e vivenciar esse momento”, declarou.
Carreira brilhante
Hoje com 29 anos, a atleta venceu seu primeiro mundial em 2008, quando tinha 21. Os outros títulos foram consecutivos, nas competições bienais de 2010, 2012, 2014 e 2016. Durante esse período, ela se formou em educação física, fez um ano a mais para obter a licenciatura, cursou pós-graduação e ainda iniciou um ano de administração.
Já pensando em se despedir do futsal, uma vez que sua idade não permite mais a participação em competições internacionais universitárias, ela joga no time da Associação Desportiva Telemaco Borba, no Paraná, e dá aulas de circuito em uma academia de Chapecó, em Santa Catarina.
“Acredito que a minha marca ficará para a história, porque a idade mínima agora foi reduzida [para 24 anos]. Creio que ninguém mais vai conseguir [o pentacampeonato]”, diz ela, que tem planos de abrir um negócio no ramo esportivo.
O início da trajetória esportiva da pentacampeã foi nos gramados, fazendo aula de futebol com os meninos. Quando descobriu o caminho do futsal universitário, decidiu aproveitar a possibilidade de se formar e praticar esporte ao mesmo tempo.
“O campo de futebol era muito bom durante as competições, mas o futsal me permitiu dar uma sequência aos estudos. Mudei pensando no futuro, porque um dia a gente para de jogar. Sempre fui cuidadosa quanto a isso”, comentou.