A Áustria irá proibir o uso do véu islâmico integral nos espaços públicos a partir de 1º de outubro, uma medida da coligação centrista no poder, confrontada com o crescimento da extrema-direita.
A proibição do véu integral (a burqa ou o niqab), já existente na França, Bélgica, Bulgária e em certas regiões suíças, se insere no quadro de uma “lei de integração” votada em meados de maio pelo Parlamento.
As infrações à proibição do uso do véu integral em espaço público serão sujeitas a uma multa de até 150 euros (cerca de R$ 550).
O anúncio da medida motivou a discussão na Áustria entre a comunidade muçulmana e o presidente da República, Alexander Van der Bellen, um ecologista liberal que hoje promulgou a medida, considerando que “não é uma boa lei”.
“Aderimos ao princípio de uma sociedade aberta, o que supõe uma comunicação aberta”, justificou a coligação no poder, que conta com sociais-democratas (SPÖ) e conservadores (ÖVP), na apresentação da medida.
A lei de integração na qual se inclui esta medida prevê igualmente a obrigação, para refugiados e requerentes de asilo, da assinatura de um “contrato de integração” de um ano, incluindo cursos de língua, educação cívica, avaliação de competências e preparação para a integração profissional.
O ministro austríaco de Negócios Estrangeiros, Sebastian Kurz, provocou controvérsia ao dizer, no início do ano, que desejava ir mais além e banir o uso do véu em funções públicas.
Kurz, de 30 anos, assumiu a liderança do partido conservador em meados de maio e decidiu pôr fim à coligação com o SPÖ, no poder desde 2007, provocando o anúncio de legislativas antecipadas para 15 de outubro.
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