No dia do naufrágio no Rio Xingu, no Pará, o navio Capitão Ribeiro informou à Marinha do Brasil que levava apenas 2 passageiros. Em depoimento à polícia, o dono da embarcação confirmou que transportava cerca de 50 pessoas naquela terça-feira (22) e que não havia controle de quantas embarcaram em Santarém, ponto inicial da viagem.
De acordo com o portal de notícias da Globo, Alcimar Almeida da Silva afirmou ainda que fez um trajeto muito maior do que o autorizado pela Marinha.
O governo do Pará, que chegou a estimar que 70 pessoas estariam a bordo, trabalha agora com o número de 52 pessoas: além dos 23 mortos e 2 desaparecidos, há 27 sobreviventes. Entretanto, a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon-PA) afirma que a embarcação não podia transportar passageiros.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado (Segup), o proprietário do barco disse à polícia que há cerca de 3 anos viaja com autorização da Marinha até o município de Prainha (PA). No entanto, no dia do naufrágio, o barco iria para Vitória do Xingu (PA), num trajeto que é cerca do dobro do autorizado – 380 km a mais.
O acidente aconteceu em uma área denominada Ponte Grande do Xingu, entre Porto de Moz e Senador Porfírio.
A Marinha informou que sempre que uma embarcação se desloca deve ser feito um “despacho de saída” comunicando o percurso, sendo que quando a rota é feita com frequência, pode ser emitido um “despacho por período”, com prazo máximo de 90 dias.
No caso da embarcação Capitão Ribeiro, foi emitido um despacho com prazo até 20 de outubro de 2017 para o trajeto Santarém – Prainha (PA), que é de 170 km.
Corpos de 2 crianças encontrados
Os corpos de duas crianças foram encontrados na manhã desta sexta-feira (25), uma menina de aproximadamente oito anos de idade e um menino de cerca de 3 anos.
Eles estavam no porão da embarcação, que foi puxada para a superfície por meio de um sistema de mecânica com cabos de aço atrelados a uma balsa da prefeitura local, que ficou ancorada ao lado da embarcação.
Ciberia // G1