Depois de passar oito meses simulando a vida em Marte nas encostas do vulcão Mauna Loa, seis “astronautas” foram liberados de um habitat havaiano no domingo (17 de setembro) para retornar à civilização.
Eles acabam de concluir a quinta missão simulada de Marte, do programa HI-SEAS (Hawaii Space Exploration Analog and Simulation), financiado pela Nasa. Operado pela Universidade do Havaí, o projeto de pesquisa estuda como grupos de viajantes interplanetários trabalhariam juntos em missões de longo prazo, confinados e apertados em pequenos alojamentos.
Durante a missão, quatro homens e duas mulheres viveram isolados do resto do planeta Terra e só podiam comer alimentos não perecíveis e, ocasionalmente, vegetais cultivados em laboratório. Ao se comunicar com o mundo exterior, eles tinham que lidar com a demora de 20 minutos que astronautas em Marte também enfrentariam. E a qualquer momento em que saíssem do alojamento, deveriam vestir seus trajes espaciais.
A equipe da Missão V entrou na cúpula HI-SEAS no dia 19 de janeiro. Durante sua estadia de oito meses em Mauna Loa, o maior vulcão ativo do mundo, eles realizaram experimentos científicos, fizeram exercícios diários e mantiveram equipamentos dentro e ao redor da cúpula. Fora dela, os astronautas fizeram trabalhos geológicos de campo em seus trajes espaciais, como se estivessem, de fato, em Marte.
Enquanto o HI-SEAS estuda os aspectos mais técnicos e práticos da vida em Marte, grande parte da investigação envolve verificar como um grupo de pessoas vive em conjunto, isoladamente, com pouca ou nenhuma privacidade.
“A viagem espacial a longo prazo é absolutamente possível”, disse Laura Lark, especialista em TI da HI-SEAS V, em um vídeo. “Certamente há desafios técnicos a serem superados. E, também certamente, há fatores humanos a serem aperfeiçoados e descobertos, o que é parte dos objetivos da HI-SEAS. Mas eu acho que superar esses desafios é apenas uma questão de esforço. Somos absolutamente capazes disso “.
Depois que a equipe saiu da cúpula HI-SEAS, às 9h da manhã (1300 GMT), eles “sentiram o sol e o vento em seus rostos e comeram mamão fresco tropical, abacaxi e bananas com amigos e familiares”, disseram funcionários da Universidade de Havaí.
“Meu conselho para a missão seis é dizer sim a ela”, disse o diretor de saúde e performance de HI-SEAS V, Brian Ramos, no vídeo. “Se você tem uma oportunidade, seja de filmar, aprender uma nova habilidade científica ou conduzir o drone, seja o que for, diga ‘sim’. Assuma liderança sobre as coisas. Honestamente, você pode sair daqui em oito meses aprendendo uma tonelada de coisas”.
Ansley Barnard, diretora de engenharia da HI-SEAS V, também tem alguns conselhos para futuras missões simuladas de Marte. “Lembre-se de que as estruturas de banheiros também são um sistema e eles são um sistema vivo”, disse ela no vídeo. “Portanto, mantenha equilíbrio com eles, deixe-os falar com você, se eles cheiram de certo modo ou agem de uma certa maneira, eles estão tentando dizer-lhe algo, então ouça”.
A próxima missão HI-SEAS, a HI-SEAS VI, está programada para começar em 2018 e também vai durar oito meses.
Ciberia // HypeScience