Um terremoto de 7,1 graus de magnitude na Escala Richter sacudiu fortemente esta terça-feira (19) a capital mexicana e causou cenas de pânico, precisamente no dia em que se completam 32 anos do forte sismo que em 1985 deixou milhares de mortos na Cidade do México. Quase 50 prédios ruíram com o tremor e mais de 220 pessoas morreram.
O Serviço Sismológico Nacional (SSN) indicou através do Twitter que o tremor de terra desta terça foi de 7,1 graus na Escala Richter, ao fazer uma atualização do primeiro boletim, que tinha fixado a magnitude em 6,8.
O epicentro do sismo, registrado às 13h14 (horário local), foi localizado a 12 quilômetros a sudeste de Axochiapan, no estado de Morelos, a uma profundidade de 57 quilômetros.
O sismo, que ocorreu apenas duas horas depois de a população ter saído às ruas em todo o país em uma simulação para lembrar o terremoto de 1985, provocou numerosas cenas de pânico na capital do país, e cortes no fornecimento da eletricidade e telecomunicações.
Apesar de as sirenes terem soado quando se sentiu o primeiro abalo, muitos habitantes acharam que tudo fazia parte desse exercício, o que pode ter contribuído para o elevado número de vítimas.
“Estou chocada, não consigo parar de chorar, é o mesmo pesadelo que em 1985“, disse Georgina Sanchez, de 52 anos, em uma praça da Cidade do México, revivendo o episódio da história do país.
Outra mulher, Lucia Solis, também invocava o abalo registrado há 32 anos: “Não é possível que seja outro 19 de setembro”, disse, com as mãos tremendo.
O sismo levou ao colapso dezenas de edifícios na cidade, provocando fugas de gás nas ruas e um forte cheiro de gás que afetou os cidadãos que se apressaram a ajudar as equipes de resgate com cordas, roupas e água.
Dada a dimensão da catástrofe, o governo mexicano ordenou aos hospitais públicos e privados para receberem os feridos e serviços de transporte públicos grátis.
O fenômeno deixou um rastro de mais de 220 mortos, incluindo pelo menos 21 crianças que se encontravam na escola e não resistiram ao forte abalo que levou às ruínas da escola. As buscas para encontrar 30 desaparecidos continuam.
Javier Trevino, subsecretário da Educação, disse à Televisa, na escola primária Enrique Rebsamen, ter “um balanço de 25 mortos: 21 crianças e quatro adultos”.
Brasileiro usa drone para registrar cenas da tragédia
Na Cidade do México, o mochileiro Mayke Moraes, de Varginha (MG), presenciou o tremor e as horas após ao terremoto, de solidariedade e tentativa de socorro às vítimas.
De acordo com o portal de notícias da Globo, com a ajuda de um drone, o mochileiro e um morador local registraram a tragédia pelo alto nas regiões de Roma e Condessa, duas das mais afetadas no Centro da capital mexicana.
“Você não tem noção do que é estar ali e ver aquilo no chão. Me deu vontade de chorar na hora, é bem triste, o pessoal todos ali tentando ajudar de alguma maneira, mas muita gente, uma multidão, praticamente metade da Cidade do México estava lá”, contou Mayke ao G1.
“À medida que o pessoal ia arrancando as pedras dos escombros, eles pediam para o povo fazer silêncio, então ficava um silêncio mortal, que é difícil descrever, é muito estranho. Eles queriam escutar se alguém estava vivo debaixo das pedras”, acrescentou.
O terremoto desta terça-feira foi sentido com mais força na Cidade do México que o registrado no dia 7 de setembro, de magnitude de 8,2 na escala Richter, dado que o epicentro foi mais próximo.
O sismo do último dia 7 de setembro, o mais poderoso desde 1932 no país, fez 98 mortos no sul do país, 78 em Oaxaca, 16 em Chiapas e 4 em Tabasco.
Ciberia // ZAP