O Diário Oficial da União publica nesta terça-feira (20) decretos assinados pelo presidente da República, Michel Temer, com a exoneração de oito ministros de Estado. Com as exonerações de hoje, já somam 10 ministros que assumem novamente seus mandatos na Câmara.
Os ministros exonerados têm mandatos de deputados e voltam à Câmara, onde deverão participar da votação, em plenário, prevista para a próxima quarta-feira (25), da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Temer.
A base aliada tem se articulado para barrar completamente a denúncia. De acordo com o portal de notícias da Globo, as medidas envolvem manobras que resultaram na rejeição do processo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na quarta-feira (18), como anúncio de medidas polêmicas, esforço para liberação de emendas parlamentares e reuniões com deputados.
Entre as estratégias do governo, está manter o relator da denúncia na CCJ, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que de acordo com Gerson Camarotti, colunista do G1, foi escolhido com participação direta do presidente. Além disso, foram registradas ao menos 59 movimentações de troca de parlamentares na CCJ, incluindo os 10 ministros já exonerados.
Nos decretos de exoneração publicados nesta sexta-feira constam os nomes dos seguintes ministros: Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo; Leonardo Picciani, ministro do Esporte; Ronaldo Nogueira, ministro do Trabalho; Sarney Filho, do Meio Ambiente; Marx Beltrão, do Turismo; Maurício Quintella Lessa, dos Transportes; Mendonça Filho, da Educação; e Bruno Cavalcanti, das Cidades.
Segundo o G1, até a articulação para salvar o senador Aécio Neves (PSDB-SP), que teve o afastamento de seu mandato revertido pelo plenário do Senado, entrou na estratégia de Temer. O objetivo do governo é obter ao menos 263 votos favoráveis, mesmo número da primeira denúncia.