Do tamanho de Netuno e orbitando um planeta parecido com Júpiter, os telescópios da NASA, Kepler e Hubble, encontraram evidências do primeiro satélite natural fora do Sistema Solar – a primeira exolua.
“Tentamos o nosso melhor para descartar outras possibilidades, como anomalias de naves espaciais, outros planetas no sistema ou atividade estelar, mas não conseguimos encontrar nenhuma outra hipótese”, afirmou David Kipping, astrônomo da Universidade de Colúmbia e um dos autores do estudo.
Apesar de os dados recolhidos não serem definitivos, os pesquisadores esperam voltar a observar o corpo para verificar ou rejeitar a hipótese da existência da primeira exolua.
O candidato a exolua foi nomeado Kepler-1625b-i e orbita um exoplaneta chamado Kepler-1625b, que por sua vez orbita uma estrela amarela semelhante ao Sol chamada Kepler-1625. Todo o sistema está localizado a cerca de 8 mil anos-luz de distância.
A descoberta foi feita através dos telescópios Hubble e Kepler e poderá revelar um novo sistema com propriedades específicas e com implicações para astronomia.
Publicado no dia 3 de outubro na revista Science Advances, o estudo conta que durante uma pesquisa a 300 exoplanetas, surgiu um gigante gasoso – Kepler-1625d – que mostrou características peculiares que apontaram para a presença de um objeto na sua órbita.
Para entender melhor o que encontraram, os pesquisadores utilizaram o Hubble para realizar observações de acompanhamento. “Este seria a primeira detecção de uma lua fora do Sistema Solar“, contou Kipping.
Na pesquisa, as equipes dos astrônomos Alex Teachey e David Kipping, procuraram por mudanças no brilho do planeta. O registro de alterações em intervalos regulares, significaria que algo estaria orbitando o exoplaneta.
“Durante o ano passado, em uma grande pesquisa com quase 300 exoplanetas de Kepler, notamos que o gigante gasoso Kepler-1625b exibia algumas peculiaridades nos dados, o que nos levou a supor a presença de uma exolua do tamanho de Netuno“, explicou Kipping.
Com os dados recolhidos de ambos os telescópios, os pesquisadores reuniram evidências para formularem a hipótese da existência de uma exolua.
Contudo, o astrônomo também alertou para o fato de as provas reunidas não serem “por si só, uma prova da existência de uma exolua”. “Estamos pedindo cautela. A primeira exolua é obviamente uma reivindicação extraordinária e requer evidências extraordinárias“, afirmou Teachey.
Caso se confirme as observações, a descoberta pode fornecer importantes pistas sobre o desenvolvimento de sistemas planetários e pode fazer com que os especialistas revejam as teorias de formação de luas em torno de planetas.
Para verificar a hipótese formulada, a equipe pretende voltar a utilizar o telescópio Hubble em maio do próximo ano, altura da passagem da exolua.
Ciberia // ZAP