Olhos azuis estão presentes em 17% da população mundial. Por enquanto, a única forma do restante da população conseguir a cor tão admirada é por meio de lentes de contato coloridas ou implantes artificiais de íris. Mas isso pode mudar em breve, com o custo previsto de US$5 mil.
O procedimento, desenvolvido pela Stroma Medical, funciona ao eliminar a melanina – o pigmento que dá cor ao cabelo e à pele – da superfície da íris, o que permite que a luz entre e bata no estroma, a camada de fibras de colágeno mais expressa da córnea.
Não há pigmentação azul ali, o que acontece é que a falta de pigmentos faz com que a luz atinja pequenas moléculas e depois se espalhe, causando essa ilusão semelhante à que acontece na atmosfera da Terra.
Isso significa que todas as pessoas com olhos castanhos têm olhos azuis por baixo da camada de melanina. O tratamento quebra a camada frágil de pigmento na íris, e o corpo passa a remover as proteínas naturalmente.
Enquanto o procedimento leva apenas 20 segundos, os olhos só mudam de cor semanas depois. O laser atinge apenas a íris e fica longe dos nervos responsáveis pela visão.
Os médicos, porém, não parecem muito satisfeitos com esta novidade. Existe a possibilidade de que o pigmento entupa os canais de drenagem da córnea, o que poderia aumentar a pressão ocular. Isso poderia causar glaucoma, doença que pode levar à cegueira.
A Stroma Medical foi criada em 2009, e em 2015 anunciou que naquele ano começaria os primeiros procedimentos pagos. O anúncio, porém, não se concretizou, e ele ainda não é oferecido em nenhum país do mundo, sem previsão de quando deve começar.
Por enquanto, 37 voluntários de Costa Rica e México passaram pelo procedimento, que de acordo com a empresa trouxe resultados naturais e sem efeitos colaterais para os pacientes.
Imagens do resultado, porém, ainda não foram divulgadas, já que, de acordo com a empresa, os estudos devem ser encerrados antes da divulgação das imagens, quando isso é possível.
“Nosso primeiro local de pesquisa não permite que publiquemos nenhuma imagem dos pacientes. Outro motivo é que por enquanto só tratamos íris de forma parcial, e liberar imagens de tratamentos parciais não seria justo com o nosso procedimento”, explica um porta-voz na página do Facebook da empresa.
“Em nosso estudo atual, estamos tratando nossas primeiras íris completas, então quando este estudo estiver completo, vamos publicar as primeiras imagens dos pacientes”, acrescenta o porta-voz.
O site oficial da corporação está fora do ar desde meados de 2017, com promessas de novidades em breve.
Por enquanto, apenas voluntários que vivem na região próxima ao local dos experimentos podem participar dos testes.
Um representante da empresa diz que esses estudos não devem se estender ao Brasil, “porque é muito difícil fazê-los aí”. Assim que o procedimento for liberado, os primeiros países de implantação devem ser na Europa, seguido de perto pela América do Sul.
Os Estados Unidos, por outro lado, só devem entrar para esta lista “pelo menos três anos depois do início na Europa”, segundo a empresa, devido à dificuldade de liberação pelo FDA.
// HypeScience