Cientistas do Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos observaram que os níveis de ureia aumentam na fase pré-sintomática do mal de Huntington.
Os resultados do trabalho foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, mas ainda têm que ser revistos pela comunidade científica.
A doença neurodegenerativa Huntington caracteriza-se pela perda de neurônios estriatais, causando demência, movimentos musculares involuntários, transtornos psiquiátricos, entre outros sintomas.
Neste estudo, os cientistas analisaram cérebros doados por familiares de pacientes que sofriam com Huntington e cérebros de ovelhas geneticamente modificadas para desenvolver a doença.
“Identificamos níveis elevados de um transportador de ureia e outros reguladores osmóticos no estriatal das ovelhas. Também detectamos níveis elevados de ureia elevada em casos postmortem pelo mal de Huntington. A ruptura do metabolismo de ureia causa problemas neurológicos e poderia iniciar a neurodegeneração e os respectivos sintomas. Nossas descobertas sugerem que diminuir os níveis de ureia e/ou amônia poderia ser positivo em casos de mal de Huntington”, dizem os pesquisadores no artigo científico.
Outro estudo realizado pelos mesmos cientistas revelou resultados semelhantes para o Alzheimer. Segundo Garth Cooper, cientista da Universidade de Manchester, no Reino Unido, isso poderia significar que o mesmo pode ser observado em outros tipos de demência.
“Esse estudo da doença de Huntington é a peça final de um quebra-cabeças que nos leva a concluir que a alta quantidade de ureia no cérebro tem um papel importante na demência. Alzheimer e Huntington estão em lados opostos do espectro da demência, por isso, se isso se confirmar, eu acredito que é muito provável que também se aplicaria aos principais tipos de demência relacionados com a idade”, diz Cooper.
O cientista acrescenta, no entanto, que mais pesquisas devem ser feitas para entender como os níveis de ureia aumentam.
Ciberia // HypeScience / ZAP