A Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, tem duas cavidades que ficaram escondidas do olhar dos cientistas que estudam, há vários anos, essa Grande Maravilha do Mundo. A descoberta foi feita graças a uma tecnologia usada para mapear vulcões.
Estas duas “câmaras secretas” foram detectadas nas paredes da Grande Pirâmide de Gizé no âmbito do projeto colaborativo de pesquisa entre várias universidades e institutos científicos que é conhecido como “Scan Pyramids“, que já tinha permitido identificar pontos de calor misteriosos no monumento egípcio.
A equipe internacional de cientistas tem recorrido a técnicas como a termografia, a radiografia de múon (que é habitualmente usada para fazer o mapeamento do interior dos vulcões) e simulações 3D com o intuito de revelar os segredos das pirâmides.
Foi assim que se conseguiu descobrir a presença de dois vazios misteriosos no interior da Grande Pirâmide, um deles situado na extremidade nordeste e outro por trás do corredor descendente, de acordo com um comunicado do HIP Institute, que coordena a pesquisa.
Ainda não se sabe o que é que estes dois compartimentos escondem, mas a técnica que permitiu revelá-los, conhecida como radiografia de múon, pode também ser fundamental para responder a essa pergunta.
O pesquisador Mehdi Tayoubi, envolvido nas pesquisas em torno da pirâmide, explicou ao ScienceAlert como funciona esta técnica.
“Como os raios-X passam através dos nossos corpos, permitindo visualizar nosso esqueleto, essas partículas elementares, pesando cerca de 200 vezes mais do que os elétrons, podem muito facilmente passar através de qualquer estrutura, mesmo rochas grandes e espessas, como montanhas”, frisa Mehdi Tayoubi, em declarações publicadas em Maio.
É assim que se pode “agora confirmar a existência de um vazio escondido atrás da Face Norte que pode ter a forma de um corredor para o interior da Grande Pirâmide”, salientam os pesquisadores do HIP.
“A forma e tamanho precisos e a posição exata deste vazio está agora sendo alvo de mais pesquisas”, referem os cientistas, notando que, em finais de outubro, esperam poder avançar mais dados.
A equipe também está estudando a chamada “Câmara da Rainha”, no interior da pirâmide, que foi construída como um túmulo para o Faraó egípcio Quéops, através da mesma técnica de radiografia de múon, contando ter mais resultados “durante os primeiros três meses de 2017”.
SV, ZAP