A Austrália é o lar de inúmeras espécies perigosas. Três espécies de aves de rapina, aparentemente inofensivas, acabam de ser acrescentadas à lista.
São verdadeiras aves incendiárias. Um novo estudo, publicado recentemente no Journal of Ethnobiology, detalha o comportamento destas aves que espalham intencionalmente, com as garras e o bico, galhos em chamas por áreas em que os incêndios florestais ainda não se alastraram.
Segundo Bob Gosford, ornitologista do Central Land Council e coautor do estudo, as aves são o Milhafre-preto (Milvus migrans), o milhafre-assobio (Haliastur sphenurus) e o falcão marrom (Falco berigora).
O objetivo é aumentar deliberadamente as áreas dos incêndios florestais para forçar os animais que vivem na floresta a fugir das chamas para, assim, conseguirem caçá-los com mais facilidade. Os cientistas pensam até que as aves podem ter aprendido a controlar e a usar o fogo antes dos humanos.
“Não estamos descobrindo nada”, disse à National Geographic o geógrafo Mark Bonta. A crença de que estas aves são capazes de “espalhar chamas” é de longa data, tendo sido inclusivamente celebrada em danças cerimoniais de culturas indígenas por todo o país.
No entanto, quando Gosford publicou o resultado das suas observações iniciais, em 2016, muitos especialistas acharam insólito e chegaram até a duvidar da sua veracidade. Agora, com 20 novos depoimentos, o ornitologista conseguiu finalmente convencer os cientistas que chegaram a colocar em causa suas pesquisar.
Segundo a BBC, estas aves recorrem a esta técnica quando o incêndio atingiu o seu limite de expansão ou quando o incêndio ameaça se apagar. Nesse momento, as “aves incendiárias” começam a espalhar galhos em chamas, para que o fogo continue e possam assim afugentar os animais da floresta.
Não se sabe o quão comum é este comportamento nestas aves nem tampouco se esta técnica é exclusiva destas espécies. Os cientistas não pensam ficar por aqui e planejam a realização de mais experiências em condições controladas.
Alex Kacelnik, especialista da Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirma ser possível que as aves de rapina tenham aprendido a controlar incêndios muito antes do que os humanos.
A evidência mais antiga do uso do fogo por humanos é de há 400 mil anos. No entanto, quando aprendemos a usar o fogo, as aves de rapina já estavam por aqui há milhões de anos.
Ciberia // ZAP
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