O processo implica o uso de antenas capazes de detectar o calor infravermelho gerado pela luz solar como ondas eletromagnéticas de alta frequência, convertendo os sinais em eletricidade.
Os cientistas desenvolveram um método para gerar eletricidade a partir da radiação infravermelha que sobra da Terra e o calor residual, utilizando o chamado efeito túnel, um fenômeno quântico que ocorre quando uma partícula viola os princípios da mecânica clássica, superando uma barreira que não deveria ser capaz de superar.
Nosso planeta absorve quantidades massivas de luz solar que, por sua vez, conduz a uma emissão quase constante de radiação infravermelha, estimada em milhões de gigawatts de energia, segundo a RT.
Os pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdalá, na Arábia Saudita, acreditam que o calor infravermelho “pode ser ‘colhido’ durante as 24 horas do dia” para gerar eletricidade, usando o efeito do túnel quântico. O processo implica no uso de antenas capazes de detectar o calor infravermelho ou residual como ondas eletromagnéticas de alta frequência, convertendo esses sinais em eletricidade.
Como as emissões infravermelhas têm longitudes de onda muito pequenas e podem oscilar milhares de vezes mais rápido que um semicondutor típico capaz de mover elétrons, elas requerem nanoantenas que podem ser difíceis de criar ou testar.
No entanto, e de acordo com o novo estudo publicado em novembro na revista Materials Today Energy, o efeito túnel pode proporcionar os avanços necessários para alcançar o objetivo.
“Não há um diodo comercial no mundo que possa operar com tanta frequência”, assegurou em comunicado Atif Shammim, pesquisador principal do estudo. “Isso é porque recorremos ao efeito do túnel quântico”.
Para gerar os intensos campos elétricos necessários para a construção dos túneis, os cientistas criaram uma nanoantena em forma de gravata, intercalando a fina película de isolamento entre dois braços metálicos ligeiramente sobrepostos feitos de ouro e titânio.
Ciberia // ZAP