À primeira vista pode parecer pouco plausível, mas há uma ciência sólida por trás deste estudo: em algumas circunstâncias, os recém-nascidos que se parecem com os pais acabam por ser mais saudáveis quando chegam ao primeiro aniversário.
Apesar de o formato do rosto de cada pessoa não estar diretamente ligado à saúde, pesquisadores sugerem que a parecença familiar encoraja os pais a passarem mais tempo com os filhos – e é aí que estão os benefícios. A pesquisa foi publicada em dezembro de 2017 no Journal of Health Economics.
A equipe por trás do estudo sugere que devem ser feitos mais esforços para envolver o pai na educação dos filhos, particularmente nas famílias em que o pai e a mãe não vivem juntos.
“Os pais são importantes no crescimento de uma criança e isso se manifesta na saúde de uma criança”, disse o pesquisador Solomon Polachek, da Univerisidade de Binghamton, em Nova York.
É importante notar que o estudo se focou apenas em famílias nas quais a mãe e o pai não são casados ou não vivem na mesma casa. A pesquisa analisou 456 famílias que fizeram parte do estudo sobre Famílias Frágeis e o Bem-estar da Criança.
Na verdade, os pesquisadores acreditam que em alguns casos uma semelhança familiar entre o pai e o recém-nascido realmente ajuda os pais a confirmarem que o filho é deles, o que significa que há uma maior probabilidade de investirem seu tempo neles.
No geral, os pais gastam em média 2.5 dias a mais por mês quando há semelhanças físicas, em comparação com quando não há.
A saúde das crianças com um ano de idade foi assegurada através de vários fatores, incluindo a duração da estadia no hospital, o número de idas ao médico, e o número de ataques de asma desde o nascimento.
Apesar de as medições não serem perfeitas – mesmo que uma criança esteja doente, pode haver restrições de tempo ou dinheiro que impedem uma visita ao médico –, quando tomadas em conjunto e permitindo fatores de controle, ainda há uma tendência “estatisticamente significativa”, dizem os cientistas.
Há muitas pesquisas anteriores que apoiam essa ideia. Estudos já mostraram que o desenvolvimento infantil pode melhorar quando ambos os pais se envolvem, por exemplo, e que uma semelhança familiar encoraja pais a passarem mais tempo com filhos.
E como o pai estar por perto ajuda? Os bebês estão melhor protegidos contra danos e recebem mais cuidados com os dois pais, dizem os pesquisadores. Em resumo: há duas pessoas a olhar pelo recém-nascido em vez de apenas uma.
“Encontramos os indicadores de saúde de uma criança melhores quando a criança se parece com o pai”, diz Polachek. “A principal explicação é que frequentes visitas de pai permitem um maior tempo de parentalidade para cuidados e supervisão e para a recolha de informações sobre saúde infantil e necessidades econômicas“.
Os próprios pesquisadores admitem que é difícil fazer generalizações mais amplas sobre famílias casadas e famílias onde ambos os pais vivem juntos, mas estão interessados em enfatizar a importância do pai para garantir um bom começo na vida das crianças.
Ciberia // ZAP