A razão que leva os bebês a se mexerem dentro do útero pode ser importante no desenvolvimento de técnicas para tratamento de lesões e doenças nas articulações.
Pesquisadores da Trinity College, em Dublin, publicaram esta semana um estudo na Development, no qual relacionam o movimento dos bebês no útero da mãe com o desenvolvimento de ossos e articulações fortes. A descoberta irá permitir melhores tratamentos para lesões articulares.
De acordo com pesquisadores do Trinity College, algumas interações moleculares fundamentais para o desenvolvimento do feto são estimuladas pelo movimento, orientando as células e os tecidos do embrião para construir um esqueleto robusto e também maleável.
Caso um embrião não se movesse, se perderia um sinal vital, o que poderia levar ao desenvolvimento de ossos frágeis e articulações anormais, referem os cientistas no estudo.
Segundo a pesquisa, as células do embrião recebem precocemente sinais biológicos, sendo orientados para diferentes tipos de tecidos e locais. Assim, as células do embrião são direcionadas para tomar a decisão de formar osso ou cartilagem, dependendo de onde se encontrem.
Por exemplo, alguns ossos precisam de material forte e resiliente para proteger e apoiar o corpo, enquanto as articulações como joelhos ou cotovelos necessitam de maleabilidade para serem movimentadas.
A comunidade científica já conhece bem os sinais que direcionam as células para construir o osso, mas sabe muito pouco sobre a formação da cartilagem na articulação.
Atualmente, o tratamento clínico para a degeneração articular é a substituição das articulações, o que melhora a qualidade de vida, mas envolve cirurgia invasiva e não é uma solução permanente.
De acordo com os pesquisadores, se for possível compreender melhor como o embrião forma a cartilagem articular, ficaremos mais perto de encontrar formas de regenerar a cartilagem das células.
Além disso, se entendêssemos melhor como o embrião forma cartilagem articular na articulação, estaríamos em melhor posição para encontrar formas de regenerar a cartilagem de células-tronco para descobrir melhores tratamentos para lesões e doenças nas articulações.
Ciberia, Lusa // ZAP