A fotografia de um manifestante em chamas na Venezuela, captada durante protestos contra o presidente Nicolás Maduro, pelo fotógrafo Ronaldo Schemidt, venceu o concurso World Press Photo.
Mais prestigiado e cobiçado prêmio no fotojornalismo, o World Press Photo distinguiu um trabalho feito em maio, na Venezuela. Na fotografia vencedora de 2018, vê-se o manifestante José Víctor Salazar Balza, em chamas, nas ruas de Caracas, protestando contra o presidente Nicólas Maduro.
O autor é o fotógrafo venezuelano Ronaldo Schemidt, da agência France-Presse.
José Víctor Salazar Balza, de 28 anos, foi incendiado por uma explosão durante violentos confrontos com a polícia antimotim, durante uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro, e sobreviveu ao incidente com queimaduras de primeiro e segundo graus, indicou a World Press Photo em comunicado.
A imagem captada em maio do ano passado por Schemidt, fotojornalista nascido em 1971, venceu também o primeiro prêmio na categoria Spot News Single.
Na cerimônia de anúncio dos prêmios da 61ª edição do concurso anual World Press Photo, realizada nesta quinta-feira (12) à noite em Amesterdã, Maddalena Herrera, presidente do júri e diretora de fotografia da Geo France, descreveu a imagem vencedora como “uma foto clássica, mas que tem uma energia e dinâmica instantâneas“.
“As cores, o movimento… e a composição é ótima, tem força. Provocou em mim uma emoção instantânea”, afirmou.
Já Whitney C. Johnson, diretor adjunto do departamento de fotografia da National Geographic, destacou o simbolismo da imagem. “O homem tem uma máscara. É como se se representasse não apenas a si próprio, e a si próprio em chamas, mas a própria ideia de uma Venezuela que queima“”, diz, citado pelo Público.
Mas há outros detalhes na fotografia que fazem dela uma justa vencedora, realça outro membro do júri e fotógrafo-chefe da France-Presse na Turquia: “Há uma arma na parede. Diz ‘paz’. Isso também lhe dá força”.
Ciberia // ZAP