Com um aviso de apenas algumas horas de antecedência, um asteroide de grandes dimensões passou nesse fim de semana entre a Terra e a Lua – surpreendendo os astrônomos, que só perceberam o corpo celeste momentos antes da aproximação.
Os asteroides gigantes – ou como esse, “apenas” do tamanho de um armazém – estão adquirindo o mau hábito de aparecer perto da Terra de surpresa.
Foi o caso do 2018 GE3, que no fim de semana nos fez uma visita sem avisar, e que basicamente escapou da apertada vigilância que a NASA tenta manter sobre os “asteroides potencialmente perigosos”.
O asteroide foi descoberto no sábado (14) pelo Catalina Sky Survey, da Universidade do Arizona. O corpo celeste sobrevoou a órbita da Lua poucas horas depois de descoberto. O astrônomo amador austríaco Michael Jäger registrou a trajetória do objeto.
“O 2018 GE3 é o maior asteroide conhecido que passou tão perto da Terra na história da observação”, disse Jäger, citado pelo space.com.
“A intensidade da luz refletida do 2018 GE3 indica que o corpo teria de 48 a 110 metros de largura”, disse Jäger. “O asteroide é 3,6 vezes maior do que o famoso asteroide de Tunguska, que em 1908 arrasou 2 mil km2 de floresta na Sibéria.
Se o asteroide tivesse atingido a Terra, a devastação teria sido regional, mas não global, e é possível que o 2018 GE3 pudesse se desintegrar na atmosfera antes mesmo de atingir o solo.
Não há, no entanto, a certeza de quais consequências poderia ter o impacto do asteroide no nosso planeta, nem forma de antecipar em que local iria cair, uma vez que mapear as trajetórias de impacto dos objetos que caem na Terra é notoriamente difícil.
Há alguns anos, o Congresso dos Estados Unidos encarregou a NASA de identificar e vigiar todos os objetos celestes com mais de 140 metros de largura que, num futuro mais ou menos longínquo, pudessem ter uma trajetória de colisão com a Terra – os chamados Near Earth Objects (NEOs).
Até agora, a agência espacial norte-americana identificou e mantém sob vigilância mais de 17 mil NEOs – aos quais se junta agora o 2018 GE3, que aparentemente tinha escapado.