A Guerra da Coreia chegou ao fim. A declaração conjunta de Kim Jong-un e Moon Jae-in destaca o início de “uma nova era de paz” entre os dois países e o compromisso rumo à “completa desnuclearização da península coreana”.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se encontraram nesta sexta-feira (27), na zona desmilitarizada entre os dois países, no primeiro encontro das duas Coreias em mais de uma década.
O encontro histórico aconteceu entre sorrisos e apertos de mão. “Hoje estamos em uma linha de partida, onde uma nova história de paz, prosperidade e relações intercoreanas está sendo escrita”, disse Kim Jong-un antes do início das conversas entre os líderes.
Kim Jong-un e Moon Jae-in se cumprimentaram com um aperto de mão e, segundo as imagens transmitidas ao vivo por televisões internacionais, o aperto se deu em cima da linha que separa os dois países, com ambos os líderes sorridentes. Moon Jae-in disse ao homólogo do norte: “estou feliz em vê-lo“.
Foi logo após o aperto de mão que Kim Jong-un deu um passo em frente e entrou em território sul-coreano, tendo convidado de imediato Moon Jae-in a pular a fronteira e pisar em solo norte-coreano. Todas as ações mereceram os aplausos dos presentes.
Em seguida, o líder norte-coreano, o primeiro líder a pisar a Coreia do Sul desde a guerra coreana (1950-1953), recebeu um ramo de flores das mãos de duas crianças e seguiu, ao lado de Moon Jae-in, para uma desfile de honra.
Os líderes sentaram-se frente a frente numa mesa oval, cada um rodeado por dois assistentes, permitindo que o início das conversas fosse transmitido ao vivo.
Mas, ainda antes de o encontro ter começado, Kim Jong-un saudou aquele que é o nascimento de uma nova era de paz. “Uma história nova começa agora – no ponto de partida da história e de uma era de paz”, escreveu o líder norte-coreano no livro de honra colocado nas instalações, no lado sul da fronteira.
Segundo a Associated Press, no início da reunião, Kim Jong-un disse a Moon Jae-in que não iria repetir o passado, onde as duas partes se mostraram “incapazes de alcançar acordos”. Já o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse ao líder norte-coreano que esperava do encontro a conclusão de um “acordo audacioso”.
“Espero que tenhamos discussões francas e que alcancemos um acordo audacioso a fim de oferecer ao conjunto do povo coreano e aos que querem a paz como um grande presente”, disse Moon.
Há mais de dez anos que não havia um encontro entre os líderes das Coreias. Segundo o Público, Kim Jong-un afirmou ter sentido um “turbilhão de emoções” e indagou-se sobre a razão pela “pela qual demorou tanto tempo” até se encontrarem. Ambos concordaram que deviam se encontrar mais vezes a partir deste dia de histórico.
Entre uma primeira ronda de discussões e uma segunda, ambos os líderes participaram de uma cerimônia simbólica em que plantaram uma árvore, com Kim a falar em uma “nova primavera” entre as duas Coreias.
“Espero que a nossa relação possa crescer assim como esse pinheiro“, afirmou o líder norte-coreano, citado pelo Diário de Notícias. Ao que Moon respondeu: “Sim, espero que isso aconteça”.
Coreias concordam com “total desnuclearização”
Os líderes coreanos anunciaram a assinatura de um tratado de paz para pôr fim formal à guerra, ainda este ano. No horizonte está, assim, o passo formal para acabar com o conflito, sendo que as duas nações ainda estão tecnicamente em guerra, desde 1953.
Segundo a CNN, a “Declaração de Panmunjom da Paz, Prosperidade e Unificação da Península Coreana” refere que “não haverá mais guerra” na península, tratando-se do início de uma “nova era de paz”. Além disso, os líderes Kim Jong-un e Moon Jae-in concordam com a “total desnuclearização da Península Coreana”.
Sem fazer qualquer menção à desnuclearização, Kim afirmou, depois de anunciada a declaração, que “esperamos muito tempo por esse momento”. Já Moon garantiu que não haverá mais guerra na região e que ambos concordaram com a total desnuclearização, um “objetivo comum” dos dois líderes.
“A Coreia do Norte e a Coreia do Sul concordaram em procurar o apoio e cooperação da comunidade internacional na desnuclearização” da região, lê-se no documento.
No entanto, segundo o Público, o termo “desnuclearização” tem significados diferentes para a Coreia do Norte e para os Estados Unidos, cujos líderes estarão reunidos no próximo mês.
Se para Washington, a desnuclearização significa a entrega das armas nucleares e dos sistemas de mísseis; para Pyongyang, significa que ambos os lados darão passos para acabar com as armas nucleares.
Em 1953, o armistício pôs fim às hostilidades entre as duas Coreias, mas não foi seguido de qualquer tratado de paz. Agora, tanto o Norte quanto o Sul se comprometem em fazer “um esforço conjunto para aliviar a grave tensão militar e eliminar o perigo de guerra na Península Coreana”.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, anunciou ainda que vai visitar a Coreia do Norte no segundo semestre deste ano.
Ciberia, Lusa // ZAP
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mi- zate