Uma mulher norte-americana sofreu durante cerca de dois anos de corrimento nasal permanente e os médicos disseram que era das alergias. Mas, afinal, era um vazamento de fluido do cérebro.
Kendra Jackson, de 52 anos, começou a ter o corrimento nasal há cerca de dois anos e meio, depois de ter tido um acidente de trânsito, onde bateu com o rosto no painel de controle do carro, segundo relata a CNN.
O corrimento era acompanhado por tosse, espirros e enxaquecas. Kendra Jackson consultou vários médicos que disseram: o problema era das alergias. Por isso, ela tomou diversos tipos de medicamentos, mas nada resultou.
Até que, neste ano, foi diagnosticada com a origem do problema. Não se trata, afinal, de muco nasal, mas de um vazamento do fluido cerebrospinal, também conhecido por líquido cefalorraquidiano (LCR), que se deve a um pequeno buraco no crânio.
O fluido cerebroespinal é incolor e tem como função envolver e proteger o cérebro e a medula espinal, ajudando também a remover resíduos e distribuir nutrientes e outras substâncias pelo Sistema Nervoso Central.
“É um fluido que, na verdade, cobre o cérebro”, porque “o crânio é uma caixa fixa e o cérebro é um órgão macio e suave” que “precisa ser protegido” dos movimentos dentro dessa “caixa dura”, como salienta à CNN a rinologista Christie Barnes, que operou Kendra Jackson.
Portanto, é uma espécie de “almofada para o cérebro e para a medula espinal”, acrescenta Christie Barnes.
O fluido cerebrospinal está em constante produção no cérebro, sendo normalmente absorvido pela corrente sanguínea através da dura-máter, a membrana mais externa do cérebro e da medula espinal.
No caso de Kendra Jackson, um pequeno buraco no osso que separa as cavidades nasais e craniais, a chamada placa cribriforme, permitia a saída do fluxo para o nariz e para a boca.
Christie Barnes explica que a placa cribriforme é uma parte do cérebro que é “muito fina, menor do que uma batata frita”, e, portanto, um dos “locais mais comuns” para os vazamentos de LCR.
Esses vazamentos, que colocam a vida em risco e que aumentam as probabilidades de sofrerem infecções como a meningite, são raras e, habitualmente, provocadas por traumas na cabeça ou cirurgias.
O acidente de trânsito que sofreu pode explicar o caso de Kendra Jackson, que perdia cerca de meio litro de fluido por dia. “Ela acordava de manhã, depois de dormir na vertical em uma cadeira, e toda a frente da camisa estava molhada. Era muito fluido”, explica à CNN Christie Barnes.
A situação da norte-americana foi resolvida com uma cirurgia para tapar o pequeno buraco, com recurso a “tecido do interior do nariz” e a “gordura abdominal”, como conta a rinologista.
Kendra Jackson diz à CNN que o corrimento parou, depois da cirurgia, mas reclama que as enxaquecas continuam.
Ciberia // ZAP