O Bóson de Higgs, celebrado como “Partícula de Deus”, apareceu novamente no maior acelerador de partículas do mundo. Desta vez, surgiu ao lado de um quark top e um quark antitop, as partículas fundamentais mais pesadas já detectadas.
A nova descoberta poderá ajudar os cientistas a compreender melhor o motivo de as partículas fundamentais terem massa.
Quando, em 2013, os cientistas do Grande Colisionador de Hádrons (LHC) confirmaram a existência do bóson de Higgs, foi um grande avanço. A descoberta preencheu a última peça que faltava no Modelo Padrão da Física, que explica o comportamento das minúsculas partículas subatômicas. A descoberta veio também a confirmar as suposições básicas dos físicos sobre a forma como o Universo funciona.
No entanto, simplesmente encontrar o bóson de Higgs não explica todas as questões que os cientistas têm sobre como ele se comporta. Mas esta nova observação começa agora a preencher as lacunas deixadas.
Assim como a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN), a organização científica que opera o LHC, explicou em comunicado, um dos mistérios mais importantes na física de partículas são as diferenças de massa entre os férmions, partículas que compõem a matéria.
Um elétron, por exemplo, tem pouco menos de um milionésimo da massa de um quark top. Os pesquisadores acreditam que o bóson de Higgs, com seu importante papel em explicar a origem da massa no Universo, poderá ser a chave para desvendar o mistério.
Duas experiências – o Compact Muon Solenoid (CMS) e o A Toroidal LHC Apparatus (ATLAS) – observaram uma decadência que revelou que o bóson de Higgs se “une” fortemente ao superpesado quark superior, sugerindo uma estreita afinidade entre as partículas. O resultado vai também ao encontro do que os físicos tinham previsto.
As novas medições “indicam fortemente que o bóson de Higgs tem um papel fundamental no grande valor da massa dos quarks top. Embora esta seja certamente uma característica fundamental no Modelo Padrão, “é a primeira vez que foi verificada experimentalmente com uma significância esmagadora”, disse Karl Jakobs, porta-voz da colaboração entre a ATLAS e o LHC.
As novas conclusões não são resultado de uma única observação, mas sim de um conjunto de sinais fracos recolhidos em várias observações, que foram sendo guardados até que os pesquisadores tivessem dados suficientes para ter a certeza do que testemunhavam.
As conclusões foram publicadas na segunda-feira (4) nas Physical Review Letters.
O Grande Colisonador de Hádrons é o maior acelerador de partículas do mundo, instalado em um túnel com 27 quilômetros de circunferência na fronteira entre a França e a Suíça. Em 2013, o laboratório ganhou destaque na imprensa internacional ao detectar o bóson de Higgs, conhecido popularmente como a “partícula de Deus”.
Ciberia // ZAP