Na quarta-feira (13), Jeff Sessions citou a Bíblia para defender a política de “tolerância zero” à entrada ilegal de imigrantes, que já separou centenas de pais e crianças na fronteira.
Em Fort Wayne, no estado do Indiana, o procurador-geral norte-americano Jeff Sessions falava sobre imigração. Em resposta ao cardinal católico Daniel DiNardo, que afirmou que separar as mães dos bebês era “imoral”, Sessions citou a Bíblia para defender a política de “tolerância zero” à entrada ilegal de imigrantes
“Citaria o Apóstolo Paulo e seu claro e sábio mandamento, em Romanos:13, que diz que obedeçam às leis do governo porque Deus as ordenou com o propósito da ordem”, disse Sessions, na coletiva de imprensa sobre imigração.
No mês passado, o procurador-geral anunciou um plano de “tolerância zero” para os imigrantes que atravessam a fronteira do México sem documentação.
“As ações se tornaram necessárias devido ao aumento maciço de travessias ilegais nos últimos meses”, declarou, na altura, o antigo senador republicano do estado do Alabama, aludindo a números que apontam para um aumento de 55% do número de detenções na fronteira em relação ao ano passado.
De acordo com os Serviços de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, desde então, 650 crianças foram separadas dos pais na fronteira com o México.
Jeff Sessions não foi, contudo, o único membro da Administração Trump a recorrer à Bíblia para justificar as duras políticas. Nesta quinta-feira (14), a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, defendeu que é “bíblico fazer cumprir a lei“.
“A separação de famílias ilegais estrangeiras é produto das mesmas lacunas que os democratas se recusam a fechar, e essas leis são as mesmas e têm estado nos livros há mais de uma década, e o presidente está simplesmente reforçando-as”, disse.
Ciberia, Lusa // ZAP